A Prefeitura de São José dos Campos realiza nesta quarta-feira (30) o workshop “Tecnologias para Tratamento de Resíduos Sólidos”, das 14 às 18h30, na Câmara Municipal, no Auditório Luiz Eduardo Magalhães.
O workshop tem como objetivo ampliar o debate junto à sociedade sobre a proposta para o futuro do tratamento de resíduos em São José dos Campos, ouvindo pesquisadores e especialistas da área sobre as soluções tecnológicas reconhecidas e validadas internacionalmente segundo critérios técnicos e legais, assim como os impactos existentes e os controles necessários.
O evento reunirá especialistas do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) para falar sobre a qualidade do ar, situação do lixo nas grandes cidades e geração de energia a partir do lixo.
A Estruturadora Brasileira de Projetos (EBP), que desenvolveu o estudo de alternativas para tratamento dos resíduos de São José dos Campos, apresentará durante o Workshop o modelo de tratamento proposto para ser adotado no município: um mix tecnológico que compreende a reciclagem de lixo, a biodigestão de resíduos orgânicos e a queima de materiais não recicláveis (tratamento térmico) com a geração de energia. Desta forma apenas as cinzas do processo de queima iriam para o aterro sanitário.
Hoje o município recolhe cerca de 200 mil toneladas de lixo por ano e leva todo o material para o aterro sanitário da Urbam, considerado o melhor do Estado de São Paulo pela Cetesb. Recém-ampliado, o aterro tem apenas mais 12 anos de vida útil e por isso, a Prefeitura se antecipa e busca soluções sustentáveis que possam aumentar ainda mais a vida útil do aterro, gerar energia limpa e reduzir o passivo ambiental para as próximas gerações.
Temas
O workshop terá quatro painéis. No primeiro, o professor e pesquisador Luciano Basto, Doutor em Planejamento Energético com Ênfase Ambiental, pesquisador da Coppe (Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Engenharia da UFRJ) em Mudanças Climáticas, na área de Fontes Renováveis de Energia e Créditos de Carbono, falará sobre a Transformação de Lixo em Energia.
No segundo painel, Karla Maria Longo, pesquisadora do Grupo de Modelagem da Atmosfera e Interfaces do INPE fala sobre a Qualidade do ar em São José dos Campos. No terceiro painel Aruntho Savastano Neto, Gerente do Setor de Apoio a Programas Especiais da CETESB, apresentará o problema do lixo nas grandes cidades.
No último painel, Manoel Antonio da Silva – Engenheiro da Escola Politécnica da USP e doutor pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology), presidente da Arcadis Logos no Brasil, e especialista em Desenvolvimento de Negócios e Energia, fará uma explanação do modelo proposto para São José dos Campos.
Para Karla Longo, que trará um panorama sobre a qualidade do ar na cidade, no Estado e no Brasil, é importante identificar as fontes poluidoras do município e a sua interferência na qualidade do ar, para nortear a formulação de políticas públicas e a expansão urbana. Quanto ao tratamento do lixo ela destaca que o Brasil está 30 anos atrasado nessa discussão. “Hoje as soluções existentes nos países desenvolvidos estão muito avançadas e bem definidas quanto aos seus impactos ambientais e mecanismos de controle.”
Para o gerente de Projetos Especiais da Cetesb, Aruntho Savastano, esse debate se faz num momento importante porque a Política Nacional de Resíduos Sólidos determina que até 2014 os aterros sanitários só enterrem aquilo que não pode ser reciclado. “O que está sendo proposto em São José vem ao encontro do que há de mais moderno em termos de tratamento de resíduos no mundo e é uma solução mais do que oportuna para que o município se adeque à legislação em tempo hábil”.
Savastano também destaca que a legislação do Estado exige uma operação ambientalmente segura, garantindo a qualidade de vida das pessoas. “São Paulo adotou uma norma rigorosa para o controle de emissões, tendo como parâmetro a melhor tecnologia existente no mundo, em países que adquiriram a proficiência no tratamento térmico de resíduos.”
Para o Secretário de Meio Ambiente de São José dos Campos, é fundamental que a sociedade conheça o que está sendo proposto e participe desse processo. “A questão do lixo diz respeito a todos. O que está sendo estudado pelo poder público representa um salto de qualidade, tanto para redução nas emissões atmosféricas provenientes do aterro sanitário, quanto para a ampliação da sua vida útil.”
Fonte: Secretaria do Meio Ambiente