Três meses após atentado, Fórum de Rio Claro ainda tem falhas de segurança


Três meses após o atentado a bomba que deixou duas pessoas feridas, o Fórum de Rio Claro ainda tem falhas de segurança. Um flagrante do Jornal Regional mostrou que é possível entrar no local sem se identificar ou ser revistado.

Um repórter entrou no fórum com uma câmera escondida. Carregando uma mochila, ele passou pelo detector de metais e não precisou se identificar na recepção e também não foi revistado pelos seguranças.

Ele circulou livremente pelos corredores do prédio até chegar à sala de julgamento. Alguns policiais militares estavam no local, mas não estranharam a presença dele. Em seguida, ele saiu do fórum pela porta principal, sem dificuldade.

Um dos juízes, que não quis se identificar, reconheceu o problema da falta de segurança no prédio. Ele disse que a entrada sem identificação comprova isso. Ainda segundo o juiz, o local deve receber dois novos detectores de metal portáteis, já que o atual aparelho apresentou diversas falhas.


Na segunda-feira (9), por exemplo, uma mulher entrou com uma faca na sala de audiência. A intenção dela era entregar a prova de um crime ao juiz.

Atentado
No dia 12 de janeiro, uma bomba explodiu no fórum de Rio Claro e duas pessoas ficaram feridas. O explosivo estava dentro de um Papai Novel de brinquedo, em uma casa de presente endereçada para a juíza diretora do fórum, Cynthia Andraus Carretta. No momento do atentado, ela não estava no prédio.

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Na ocasião, o delegado Roberto José Daher disse que o objetivo era inibir a atuação da juíza. A investigação segue sob sigilo e ninguém foi preso. “Existe um receio, uma aflição de que possa ser surpreendido com algum cidadão que tenha entrado com alguma arma de fogo, com estilete, uma faca. Uma reação inesperada que possa comprometer os trabalhos e inclusive a integridade física de quem se faz presente nesse cenário forense”, disse o presidente da Ordem Dos Advogados do Brasil (OAB) de Rio Claro, Willian Nagib.

Os frequentadores do Fórum reclamam da falta de segurança. “Eles ficam revistando a bolsa das mulheres e eu entro sem me revistar, sendo que a porta automática está quebrada?”, questionou o caminhoneiro Marcos Pereira.


Outro lado
Em nota, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) afirmou que adotou várias medidas de segurança para o Fórum de Rio Claro. Entre elas, uma parceria com a Polícia Militar e a Guarda Municipal.

Segundo o TJ devem ser instaladas câmeras de segurança e um programa de identificação digital dos visitantes e funcionários, mas o tribunal não deu um prazo.

Fonte: G1