Temporal assusta comerciantes da Vila Madalena


Tromba d’água, cabeça d’água, enchente e enxurrada foram algumas das expressões utilizadas para definir o grande volume de água que desceu as ladeiras da Vila Madalena, na Zona Oeste de São Paulo, em direção ao começou da Rua Harmonia, quase esquina com a Rua Luís Murat, na tarde desta quinta-feira (14). Toda a água da forte chuva que atingiu a região convergiu para um pequeno córrego que passa pelo local.

A força da água foi tão intensa que arrastou carros que estavam estacionados nas vias nos locais mais altos por até 400 metros. E invadiu estabelecimentos comerciais, causando grande destruição e prejuízos. Nem as comportas instaladas na frente de alguns destes estabelecimentos suportaram o grande volume de água.

“Nunca vi uma enchente como essa em 30 anos que estou aqui”, contou Almir Rodrigues Novaes, de 60 anos e proprietário de um bar e uma marcenaria no local – ambos com comportas na entrada. Mesmo assim, a água subiu tanto e tão rapidamente, que nada pode ser feito.

“A água começou a passar por cima da comporta e a encher o salão do bar. Subi no freezer, mas este tombou e eu tive que ficar pendurado no teto”, relatou, exibindo um buraco no teto, que serve de acesso a uma espécie de sótão para armazenar produtos que são vendidos na loja. “Tive muito medo de morrer”, completou.


O comerciante acompanhou de perto o drama de muitos motoristas que tiveram seus carros arrastados pela enxurrada. “Nunca vi coisa igual. Eram muitos carros sendo arrastados”, disse.

Enviar pelo WhatsApp compartilhe no WhatsApp

Enviar pelo WhatsApp compartilhe no WhatsApp

O coordenador de produção Leonardo Vieira, de 29 anos, sofreu um grande prejuízo com a tromba d’água. Ele disse que estacionou o KA prata dele na esquina da Rua Medeiros de Albuquerque com a Rua Aspicuelta, por volta das 13h30. “Trabalho aqui perto e sei que aqui costumar encher. Por isso, já estacionei lá em cima. Saí por volta das 18h e corri para onde havia estacionado o carro, imaginando que pudesse me livrar do congestionamento, que ainda não era tão intenso. Quando cheguei lá, não encontrei o carro”, relatou.

No mesmo instante, veio a dúvida: “Não sabia se tinham roubado o carro ou se a enxurrada tinha arrastado ele. Comecei a procurar pelas ruas e o encontrei aqui embaixo”, disse, indicando o local a cerca de 400 metros de onde o havia estacionado. O veículo só não foi mais longe porque barras de ferro instaladas ao lado da calçada o escoraram. “O carro tem seguro. Pelo menos, não estava dentro”, disse, tentando se consolar.

Quem assistiu à água invadindo a rua e os estabelecimentos não vai esquecer tão cedo da cena. “Foi assustador. Sabe quando falam em tromba d’água em cachoeira? Que a água vem e arrasta tudo, leva tudo?. Foi a mesma coisa. Em segundos, invadiu tudo. Foi impressionante”, ilustrou o cozinheiro Marcelo Shiraishi, de 29 anos e que trabalha em um restaurante na Vila Madalena próximo ao local.


Fonte: G1