O Sindicato dos Sapateiros de Franca (SP), um dos principais polos produtores de calçado do Estado, iniciou uma greve da categoria nesta terça-feira (26). Os manifestantes cobram um aumento real de 10% no salário, mas o reajuste proposto pelos empresários é de 0,5%. Sem acordo, centenas de trabalhadores foram impedidos pelo sindicato de entrar nas fábricas para trabalhar durante a manhã.
Além do reajuste no piso salarial, que atualmente é de R$ 751,50 por uma carga horária de 44 horas semanais, o sindicato que representa 31 mil trabalhadores da categoria no município pede aumento de 94 para 150 horas na Participação nos Lucros e Resultados (PLR), abono escolar em dinheiro e cesta básica.
Segundo o presidente do sindicato, Fábio Cândido, todos os pedidos encaminhados aos empresários foram recusados, o que ocasionou a greve. “A resposta para tudo isso foi não. Por isso a greve começou”, disse. Para ele, a paralisação é a única maneira que os trabalhadores têm para abrir uma nova negociação com os patrões. “Vamos intensificar a movimentação nas portas das fábricas. A greve continua até a gente obter uma resposta para as nossas reivindicações”, disse.
De acordo com o sindicalista, uma nova assembleia entre os sapateiros apenas será marcada após uma proposta dos representantes das indústrias.
Sindifranca
O Sindicato da Indústria de Calçado na cidade de Franca (Sindifranca) não concorda com a greve, mas acredita ser possível discutir o reajuste. Todo o processo de negociação ainda está aberto. “Nós fizemos o aumento linear do INPC [Índice Nacional de Preços ao Consumidor], que deu 7%. É possível sim melhorar essa proposta. Hoje teremos uma assembleia e vamos discutir qual é nossa posição”, comentou o presidente do Sindifranca, José Carlos Brigagão.
Fonte: G1