A Justiça de Sumaré condenou a Prefeitura de Sumaré ao pagamento de uma indenização no valor de R$ 100 mil, mais uma pensão vitalícia de um salário mínimo, à família do estudante Thiago Vinicius Morgin, de apenas 10 anos, que morreu após ser arrastado pela força da enxurrada durante em temporal que caiu sobre a cidade em abril de 2008. O corpo do garoto foi encontrado pelo Corpo de Bombeiros embaixo de uma grande placa de asfalto.
Testemunhas disseram, à época, que o garoto havia acabado de chegar da escola e brincava em frente de sua casa quando a tragédia aconteceu. A enxurrada foi tão forte que o asfalto simplesmente rachou ao meio. Equipes de resgate fizeram buscas por mais de uma hora em um córrego próximo ao local do acidente, mas o corpo do estudante só foi encontrado depois que um trator da Prefeitura.
No processo, a família alegou que o sistema de captação e escoamento de águas no local era deficitário, o que causou a inundação no bairro. Em sua defesa, a Prefeitura de Sumaré afirmou que no fatídico dia houve a ocorrência de chuvas de grande intensidade, “absolutamente acima do normal” e que não se pode descartar a responsabilidade dos pais do menino, que permitiram que ele estivesse no local, apesar da grande chuva. Ainda no processo, a perícia solicitada pela Justiça apontou que o sistema de drenagem de águas pluviais, na época dos fatos, se mostrava defasado, visto que não acompanhou o processo de urbanização da região.
“Notoriamente, um sistema de drenagem deficiente não absorveu a água da chuva que caiu torrencialmente no dia dos fatos, acarretando um corredor de escoamento externo, que colheu a criança e a arrastou até debaixo de uma capa de asfalto, que o perito reconheceu como frágil”, disse o juiz Gilberto Vasconcelos Pereira Neto, responsável pela sentença. Procurada pela reportagem, a Prefeitura de Sumaré, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que já recorreu da sentença ao TJ – SP (Tribunal de Justiça de São Paulo).
Fonte: Jornal O Liberal