Os postos de combustível de Franca resolveram aumentar em média R$ 0,30 o valor cobrado pelo litro do etanol – em alguns postos, a “inflação” chega a R$ 0,40. O preço, que já esteve entre os mais baixos do Estado de São Paulo, volta agora ao patamar de municípios como a cidade de Ribeirão Preto. Nos estabelecimentos consultados pelo Comércio ontem à tarde, o menor valor encontrado foi de R$ 1,74. De acordo com a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) há uma semana, o mesmo produto custava R$ 1,35.
Segundo Marco Antônio Nascimento, presidente do Sindpetro (Sindicato dos Postos de Combustível de Franca), a mudança no preço do etanol não se trata de aumento, mas de um retorno ao valor correto de mercado. “Não dava para continuar trabalhando do jeito que estava. A distribuidora cortou os descontos e estamos repassando para o consumidor.”
No início deste mês, após outro reajuste, o presidente já havia informado da necessidade de aumentar o valor praticado nas bombas por uma questão de sobrevivência do negócio. “Se isso continuar, todos os donos de postos vão morrer abraçados, sem dinheiro e serão obrigados a demitir funcionários”, disse à época.
Por enquanto, a reação dos motoristas é controlar o consumo. No posto Galo Branco, na avenida Dr. Antônio Barbosa Filho, o chefe de pista Edilson de Souza, 39, já está acostumado com essas idas e vindas de novos clientes em seus 13 anos como frentista e explica que tais mudanças espantam os “caçadores de desconto” – motoristas que rodam toda a cidade para abastecer no posto que oferece o melhor preço. “Com esse aumento, caiu um pouco o movimento. Do jeito que está, sobram apenas aqueles clientes fiéis ao posto.”
Profissionais que dependem do carro para trabalhar não têm outra saída se não pagar a diferença. O promotor de vendas Cristian Alves, 35, abasteceu seu carro na tarde de ontem depois do reajuste e sabe que daqui para frente terá de encontrar meios de economizar para não ficar no vermelho. “Eu uso o carro 12 horas por dia. Como recebo da empresa em que trabalho por quilômetro rodado, a diferença tenho que tirar do bolso.”
O vendedor disse que gasta em média R$ 300 abastecendo seu carro, mas depois do aumento o valor deve chegar a R$ 500. “Do jeito que está indo (o aumento dos preços), vou ter que parar de andar de carro.”
Fonte: G1