A Polícia Civil encaminhou para a perícia o carro usado por um dos funcionários da paróquia frequentada por Geralda Guabiraba, a mulher que foi morta e desfigurada na cidade de Mairiporã, na Grande São Paulo. O veículo do tipo Celta, cor prata, tem as mesmas características docarro que seguiu a dona de casa e pertence à Ordem dos Guanellianos.
O carro foi encaminhado para o IC (Instituto de Criminalística) para perícia. O Celta prata, que era usado pelo funcionário da Ordem, foi apreendido logo depois que o administrador da entidade assistencial prestou deoimento.
Ele foi para a delegacia dirigindo o carro apreendido. A reportagem ouviu dois funcionários da entidade, que admitiram a apreensão. Como o caso corre em segredo de Justiça, a polícia não confirma a informação.
A polícia encontrou, dentro da entidade assistencial mantida pela Ordem dos Guanellianos, uma pedra usada como altar muito semelhante à Pedra da Macumba, onde a vítima foi encontrada morta. A corporação investiga a relação entre os dois locais.
Na quinta-feira (3), o porteiro do prédio onde a vítima morava prestou depoimento. No total, 25 pessoas já foram ouvidas pela polícia.
Mistério
A morte de Geralda Guabiraba completará 20 dias na próxima sexta-feira (3) cercada de mistérios e sem suspeitos. O Domingo Espetacular (Record) fez uma retrospectiva dos últimos acontecimentos. Além do laudo do computador de Geralda, com mais de cinquenta páginas, indicando que foram feitas pesquisas sobre chumbinho – veneno usado para matar ratos e animais domésticos -, a polícia trabalha com detalhes da cena do crime.
Geralda foi encontrada sem os olhos. Sobre a palma de cada uma das mãos, havia cestos, parecidos com o que ela carregava horas antes do crime – revelados em imagens do circuito de segurança do prédio em que morava. Em volta do pescoço, ela tinha um terço, que não estava sujo de sangue. Isso, segundo a polícia, pode sugerir que o objeto foi colocado depois do crime.
Perto de Geralda também foram encontrados uma garrafa de água benta e uma garrafa de alumínio. A polícia tenta decifrar o significado dos objetos encontrados junto ao corpo. Jung Mo Sung, professor de ciências da religião, afirmou que os objetos sugerem uma seita com assinatura de alguém que tenha contato com a cultura católica.
De acordo com depoimentos dos familiares, a dona de casa era devota de Santa Luzia. Segundo a tradição cristã, Santa Luzia foi morta por soldados romanos com um golpe no pescoço por volta do ano 300 a.C. Ela também teria tido os olhos arrancados. Nas imagens, a santa aparece com uma bandeja na mão e, sobre ela, um par de olhos. Os detalhes misteriosos podem ajudar a polícia a desvendar este quebra-cabeça.
Imagens
A delegada que investiga o caso, Claudia Patrícia Dalvia, confirmou que as imagens que circulam na internet são mesmo do corpo de Geralda. De acordo com ela, foi protocolado um pedido na semana passada para que a Justiça determinasse a retirada das fotos. O juiz já acatou o pedido.
– O juiz requisitou de pronto a retirada das imagens. Mas acredito que as empresas ainda não tenham tido tempo para atender à requisição judicial.
Claudia solicitou à Justiça também autorização para rastrear alguns computadores. Segundo ela, não há suspeitos.
– Não tenho a mínima ideia [de quem vazou as fotos na web]. Mas isso será apurado quando terminarmos este inquérito policial. Quando eu chegar nos executores do crime, partirei para estes pormenores. Por enquanto, estou focando na investigação. O homicídio é nossa prioridade.
A delegada afirma que pediu para retirar as imagens para preservar a família, já que elas não atrapalhariam as investigações.
Fonte: R7