Levantamento do Centro Abril Pesquisas, com 400 pessoas mostra que 183 delas, ou 45,75%, consideram como regular o trabalho realizado pela Câmara Municipal de guia de Rio Claro. Como o “regular” pode ser usado tanto para o positivo como o negativo, ampliamos a discussão para outros números. Para 23,75% dos entrevistados, a ação dos vereadores é positiva, contra 19,25% que se posicionam de forma contrária. Números equilibrados, mas que de forma grosseira apontam para a aprovação.
Embora possa surpreender, é preciso respeitar a opinião pública. Foram estes mesmos moradores que aprovaram a manutenção da Câmara Municipal com 12 vereadores. O processo democrático que envolve uma pesquisa é muito importante e vai muito além do interesse individual. Da mesma forma como considerar reduzido o número de 400 pessoas pode ser errado, se uma pesquisa para a Presidência da República, que envolve todo o país, não passa de 2 mil pessoas.
Por outro lado, chamam a atenção dados referentes à lembrança do eleitor sobre em quem votou na eleição anterior. A grande maioria dos entrevistados – 271 pessoas, ou 67,75% – não lembra em quem votou. A minoria – 129 moradores, ou 32,25% – ainda se lembra. Um claro sinal de que o eleitor ainda não está votando com clareza. No resumo da ópera, o eleitor não sabe votar ou vota desinteressado. Só assim para explicar o esquecimento sobre o voto digitado na urna eletrônica na última eleição.
Outro ponto que chama a atenção fica por conta da opção como “melhor vereador”. Embora nenhum deles fosse citado por 67 pessoas, Juninho da Padaria teve 65 lembranças, contra 58 de Valdir Andreeta. Os dois vereadores com maior aprovação, ao longo destes 34 meses, na maioria das intervenções, foram contrários à atual administração. Na ala governista, os citados como melhores foram Maria do Carmo Guilherme, com 19 citações, e Sérgio Desiderá, com 12.
Vale salientar que o Jornal Cidade sempre esteve presente na realização de pesquisas de avaliação do Executivo. Pela primeira vez, o questionamento chega ao Legislativo. Uma colaboração do Grupo JC não apenas aos vereadores – para que possam ter acesso ao cenário atual -, mas também à população, para que possa medir o termômetro político local.
E já que os números no Legislativo são apontados como positivos, vai aqui uma observação aos vereadores: dá para se melhorar. Um dos itens que ajudariam é a prática de leituras, em silêncio e em voz alta. Vai melhorar para quem gosta de usar a tribuna, mas que, infelizmente, comete erros dolorosos aos ouvidos. Acrescente-se a elaboração de projetos que possam incentivar o desenvolvimento do município.
Sobre a dificuldade que alguns vereadores têm para se comunicar, não é empecilho ao desenvolvimento de um bom trabalho. Nem todos são “experts”, mas tem quem se posiciona de forma clara e objetiva. A cobrança deveria partir dos assessores, que são muito bem pagos e devem colaborar. Embora os discursos sejam importantes e atuais, às vezes, da forma como são expostos, criam apenas interrogações e sugerem o desconhecimento do assunto por parte do orador.
Em relação à utilização do espaço na tribuna, direito de todos os vereadores, chegam a ser cansativos os ataques contra a administração e mesmo a lavagem de roupa suja entre os próprios membros do Legislativo. Podiam usar melhor o tempo. Por outro lado, membros da situação, ao defenderem quem não colabora, também se tornam cansativos.São críticas que espero sejam levadas como construtivas.
Ao longo da semana, na Jovem Pan AM 1410, estiveram debatendo pesquisa de intenções de voto realizada pelo JC/Centro Abril o prefeito Du Altimari, os ex-prefeitos Nevoeiro Junior e Cláudio Di Mauro, o vereador Valdir Andreeta e o médico João Walter. Todos, de forma democrática, puderam dar opinião em relação ao levantamento. Democracia é isso.
Em cima das entrevistas dessa semana, destacamos, ninguém assume a candidatura, da mesma forma como não se nega. Para facilitar a disputa entre partidos e políticos que atuam na mesma linha ideológica, aparecem sugestões, como “dobradinhas”, com Nevoeiro Junior/Valdir Andreeta e Du Altimari/Cláudio Di Mauro, não necessariamente nesta ordem. Um duelo da direita contra a esquerda, também não necessariamente nesta ordem.
A toda hora surgem nomes para disputar as eleições de 2012 de olho na Prefeitura Municipal de Rio Claro. Com dificuldade para se eleger vereador, partidos nanicos devem arriscar no Executivo. Já está virando “arroz de festa” falar que se vai disputar a prefeitura. Com tantos anúncios, não existe mais efeito surpresa. Parece futebol varzeano, quando quem chega primeiro pega a camisa e vai a campo. E desse balaio o eleitor vai escolher um nome.
Pior é que tem pré-candidato que se anuncia por um partido e depois “pula o muro”. Já começa queimado e mostrando que nem tudo que é novo tem certificado de qualidade.
Sinceramente, não sei como traduzir o cenário. Filas enormes de adolescentes e crianças aguardando para o show do Justin Bieber. Filas para dias, não horas. Preocupa essa comoção por um artista. Entre os fãs, presença de adolescentes e crianças com até cinco anos de idade. E todo mundo achando maravilhoso. Mesmo aceitando a ideia de que se deve respeitar o desejo dos jovens, chama a atenção o papel de alguns pais.
Shopping Center Norte, em São Paulo, foi fechado por causa da presença do gás metano dentro do empreendimento e o risco de explosão. O empreendimento foi construído onde existia um lixão até a década de 70. Segundo a “rádio boataria”, se levada a história a fundo, não apenas na cidade de São Paulo serão localizadas áreas de construção com perigo de explosão. Inclusive pelo interior do Estado.
O crime que terminou com a morte do garoto Davi Mota Nogueira, 10 anos, em São Caetano do Sul, e mexeu com todo o país, deve se encerrar sem conclusão. Davi, que atirou contra a professora e depois se matou, seria o único capaz de esclarecer o fato. O inquérito deve ser concluído, mas a polícia diz que não dá para saber suas causas. Segundo as autoridades, cada um que tire sua própria conclusão, pois “as respostas Davi levou com ele”.
Os morros de terra no Jardim América, também chamados pela população de “Corcovado” e “Pão de Açúcar”, prometem novas polêmicas. A prefeitura quer a obra, a federação que representa o mountain bike também, mas os moradores não. No braço de ferro, a Câmara Municipal fica do lado de onde obtém votos, ou seja, dos moradores. Por enquanto, tudo parado. O problema é que a terra está por lá e o pessoal quer uma definição. Nesse enredo, cada lado defende o seu, e ponto final.
A cada momento que passamos pela Avenida Visconde do Rio Claro nos sentimos próximos de um esgoto a céu aberto. O mau cheiro chega a irritar, imagino então quem mora por lá. O pior de tudo é que falamos de uma área onde estão presentes importantes estabelecimentos de alimentação da cidade. Merecem mais respeito assim como seus clientes.
O tempo é o senhor da razão. Mas o pessoal que tem tempo de sobra poderia ajudar um pouco.
Fonte: JC Rio Claro