O Ministério Público de São Paulo vai pedir à Corregedoria da Polícia Civil que investigue a atuação dos delegados no caso do atropelamento seguido da morte do administrador de empresas Vitor Gurman, atingido em uma calçada da Rua Natingui, no bairro da Vila Madalena, Zona Oeste de São Paulo, por um jipe blindado. A condutora do veículo, a nutricionista Gabriella Guerrero Pereira, de 28 anos, estava embriagada, sem habilitação e em velocidade incompatível à via. Ela responde ao inquérito em liberdade.
De acordo com a promotora de Justiça Milded Gonzales, faltou rigor na apuração do caso.
– A polícia tinha o depoimento de dois PMs, que confirmam as irregularidades. Uma moça embriagada, com carro em velocidade acima do permitido e sem habilitação deveria ser, no mínimo, presa, o que não aconteceu.
Três horas após o acidente a motorista foi submetida a um exame clínico que constatou a embriaguez. A vítima morreu cinco dias após o acidente. A nutricionista foi indiciada por homicídio doloso, pois assumiu o risco de provocar uma morte.
O Land Rover dirigido por Gabriela trafegava a uma velocidade de 57 km/h quando o máximo permitido na via é de 30 km/h. O jipe bateu em um muro, arrancou um poste e atingiu a vítima.
O acidente aconteceu na madrugada do dia 23 de julho, um sábado, no momento em que o rapaz voltava a pé para casa após sair de um jantar. Estavam no Land Rover, além da motorista, o namorado dela. O carro tem 26 multas no Detran, dez delas por excesso de velocidade.
O delegado que investigou o caso, Ricardo Sestari, diz que a apreensão da carteira dela fica a cargo do processo administrativo do Detran. Ele disse que a nutricionista não foi presa, pois socorreu a vítima ainda com vida.
Fonte: O Globo