Greve dos servidores em Salto completa um mês


No dia 12 de março, os servidores públicos de Salto resolveram paralisar os serviços municipais e entrar em greve. Após 30 dias, a negociação entre o Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Municipal e o poder público não apresentou avanços. Por esta razão, segundo ambas as partes, o caso deverá ser resolvido em audiência no Tribunal Regional do Trabalho, na cidade de Campinas.

Antes da contratação dos funcionários temporários, segundo a prefeitura de Salto, cerca de 1.800 pessoas chegaram a ficar sem atendimento na área da saúde todos os dias. Com isso, serviços como vacinação, exames e consultas médicas deixaram de ser oferecidos. Na área da educação, aproximadamente sete mil crianças ficaram sem frequentar escolas e creches da cidade.

O sindicato solicita 20% de reajuste, mas, segundo a Secretaria de Negócios Jurídicos, o Executivo pode oferecer apenas 6,84%. Sem uma nova proposta, a maioria dos funcionários públicos permanece em casa.

Em funcionamento
Após obter um parecer judicial sobre os 70% dos serviços essenciais que deveriam estar em operação, a prefeitura contratou 79 empregados temporários. Estas pessoas retomaram parcialmente o atendimento na área da saúde e da educação, com a contratação de auxiliares de desenvolvimento infantis temporários.


“Algumas pessoas nos procuram para reclamar da ausência do atendimento em algumas áreas da saúde, pois a população foi informada que os serviços voltariam em sua totalidade com a contratação de agentes temporários”, explica uma representante do sindicato, que alega compreender a situação emergencial que levou à contratação temporária.

“Nosso objetivo não é prejudicar a população, mas queremos buscar melhores condições de trabalho”, diz a representante.

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Segundo o sindicato, na área da educação, por exemplo, levando em conta o salário e o número de crianças, os funcionários das creches municipais ganham R$ 0,18 por cada menor que fica sob seus cuidados diariamente. “É muito pouco, considerando a responsabilidade que temos em cuidar do filho de alguém. Além disso, a cidade cresceu muito, a arrecadação também aumentou e o justo é que o servidor público também seja beneficiado”, destaca o sindicato.

Patrulhamento reforçado
As viaturas da Guarda Civil Municipal, que têm como objetivo zelar pelo patrimônio público, teve seu serviço intensificado em razão da greve. Como vários prédios públicos ficaram vazios, vândalos destruíram algumas unidades de ensino municipal. “A GCM não tem como função o combate à criminalidade, mas, em alguns momentos, atua em parceria com a polícia”, explica Janaína Bassetti, secretária de assuntos jurídicos.


Com isso, as viaturas deixaram de fazer as rondas nas vias próximas aos patrimônios públicos para ficarem de forma fixa em prédios públicos. “Sentimos a necessidade de aumentar efetivamente a vigilância, principalmente nos horários de entrada e saída dos funcionários de unidades de saúde e de ensino, a fim de evitar possíveis atritos com grevistas”, declara a secretária.

Futuro incerto
Sem uma data prevista para a audiência na 15ª Vara do Trabalho, a greve continua, sem data para acabar. “Estamos abertos a novas propostas. Porém, se a prefeitura não se manifestar, continuaremos a aguardar uma decisão por parte da Justiça”, finaliza a representante do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público de Salto.

Fonte: G1