Garoto de Joinville aprendeu a ler sozinho aos 4 anos e não parou mais


Caio Glauco Porto da Silva, nove anos, é um garoto que gosta de ler. De 2009 até a semana passada já tinha retirado 157 livros da biblioteca na cidade de Joinville. Recentemente, ele e a mãe, Lia Mara Medeiros Porto, doaram 200 exemplares infantis. Caio começou a ler aos quatro anos e a mãe diz não saber quantos livros o menino já leu nestes cinco anos.

No último fim de semana, esteve na Feira do Livro e ganhou da mãe, uma professora aposentada, quatro livros da saga “Assassin’s Creed”, um game que Oliver Bowden acabou escreveu uma série de livros (“Renascença”, “Renegado”, “A Cruzada Secreta” e “Irmandade”) baseados na história do jogo.  Lia sabe que o conteúdo é adulto, mas diz que não pode proibi-lo, pois Caio já leu todos os indicados para a sua idade, como a série “Pat Bat” e “Diário de um Banana”. Gostou tanto que já perdeu a conta de quantas vezes releu.

Apesar da pouca idade, o garoto é maduro, tem leitura ágil e atualmente se interessa por mitologia grega. Não curte a romana e ainda tem a paixão por dinossauros, tema que rendeu uma reportagem em 2008. “Gosto de livros e terror, com ação”, revela. Atualmente  está lendo “A Batalha do Labirinto”, o quarto livro da série Percy Jackson e Os Olimpianos, de Rick Riordan.

Como devora livros, se ele pega um fininho, que a maioria dos colegas demora dias para terminar, Caio lê no trajeto que a van faz da escola, no bairro Saguaçu, até a casa dele, no bairro Aventureiro. Dessa forma, no outro dia e já queria retirar outro, geralmente mais grosso que o anterior. No começo, a bibliotecária não acreditava que ele já tinha lido todo o livro e não permitia que o garoto pegasse outro exemplar.


Para conseguir ler mais, Caio passou a contar as histórias para a bibliotecária, que ficou impressionada e parou de frear a leitura do jovem. Como já conhece a maioria das histórias das obras da biblioteca da escola, a mãe esta levando o garoto até a pública e ele também troca muito com os amigos. “Quando eu trabalhava, pegava na escola e também emprestava dos meus alunos”, revela Lia.

Por causa da maturidade, Caio acaba se relacionando com crianças mais velhas, mas curte andar de skate com os amigos. Quando não esta lendo, faz desenhos, tendo várias revistas que ensinam a técnica mangá, sua preferida no momento. “Como os livros que gosto não tem desenhos nem fotos, acabo criando eles em desenhos”, revela.

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Incentivo da família

Os pais sempre incentivaram Caio da Silva a ler. Lia Porto conta que sempre que ia ao supermercado, trazia um livro para o filho. Quando ele começou a falar, tinha boa memória e contava as histórias que ouvia. Aos quatro anos, o menino já lia. “No começo, achávamos que ele só estava fazendo de conta que lia livros, já que decorava as histórias. Quando passava um caminhão, ele falava a marca, mas a gente achava que ele tinha decorado a logo”, recorda a mãe. Um dia Caio foi desafiado a ler o jornal do dia e, para a surpresa dos pais, a criança leu vários trechos de páginas diferentes.


Como tinha uma capacidade intelectual diferenciada, nem ficou na creche e acabou fazendo dois anos seguidos o pré no colégio que Lia trabalhava. Ele não tinha idade para freqüentar o primeiro ano em escola pública, Lia se viu então obrigada a matriculá-lo em uma escola particular. Nesta época, em 2009, acabou submetendo o filho a uma avaliação psicopedagógica em guia Florianópolis.

O teste revelou que Caio tem altas habilidades e inteligência superior, apresentando grande potencial acadêmico. “A avaliação só comprovou o que eu já sabia. Agora vou me empenhar para ele continuar fazendo estes testes para provar sua capacidade e assim, tentar uma bolsa de estudo”, diz Lia.

Para ter dinheiro para pagar escola particular, Lia montou uma fabrica de picolé em casa. Ela gostaria que o filho estudasse outra língua, faça faculdade e até intercambio. “Para eu poder dar tudo isto, não tenho dinheiro. Trabalho para fazer uma poupança pois se passar em uma faculdade pública, terei que arcar com moradia e alimentação”, revela a esforçada mãe. Ouvindo atendo as declarações da mãe, Caio conta que quer continuar estudando, só que ainda não decidiu que carreira seguir.

Fonte: Notícias do Dia