A madrugada de quarta para quinta-feira foi a mais fria do ano em Franca. Os termômetros marcaram 7,2ºC por volta das 2 horas, de acordo com o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). O dia mais frio do ano até então era 9 de maio, com 9ºC. A frente fria que derrubou as temperaturas ontem deve causar mais frio nesta sexta-feira.
“A tendência é que a temperatura caia mais ainda na madrugada de quinta para sexta-feira, chegando a 6ºC. No decorrer do dia, ela deve atingir a faixa dos 20ºC aos 22ºC”, disse Neide Oliveira, meteorologista do Inmet. Ela explicou ainda que as temperaturas caíram devido a uma frente fria – a parte dianteira da massa de ar frio -, que já deixou o Estado de São Paulo.
O setor de alimentação é afetado diretamente pelos termômetros em baixa. Os legumes, por exemplo, ficaram mais caros há 15 dias. “Na época do inverno, a queda da temperatura retarda o crescimento dos hortifrútis. Se a produção diminui, os preços aumentam”, disse Giovanni Dominici, gerente operacional da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) de Franca. “O tomate é o que mais subiu, porque, além do frio, ele tem o agravante da nossa produção regional ser muito pequena. Temos que trazê-lo de Goiás e Minas Gerais, e, com isso, o frete encarece ainda mais o tomate.” Segundo Dominici, a caixa do produto custa de R$ 30 a R$ 35 em condições normais. Atualmente, o seu valor mais que dobrou, indo de R$ 70 a R$ 80 a caixa.
E não foi só o tomate que encareceu. A caixa da quiabo foi de R$ 25 para R$ 40; a de abobrinha, de R$ 25, aumentou para R$ 45; a de vagem custava de R$ 30 a R$ 35 e agora é comercializada a R$ 60; a de jiló custava de R$ 10 a R$ 20, e agora sai por R$ 30; e as de pimentões vermelhos e amarelos estão na faixa de R$ 75, quando em épocas mais amenas eram vendidas de R$ 50 a R$ 60. “Na semana retrasada, houve falta desses tipos de pimentão, e o preço da caixa chegou a R$ 120”, disse o gerente.
Cenouras, beterrabas e repolhos também ficaram mais caros, só que não por causa do frio, e sim, por estarem em período de entressafra.
O frio também influenciou os hábitos alimentares da população, que acaba consumindo mais bebidas quentes. “Nós notamos um aumento no consumo. Vendemos mais café, cappuccino, leite e chocolate quente. No entanto, o número de pessoas é menor, porque, com o frio, elas estão saindo menos de casa”, disse Paulo Xavier, proprietário da Padaria Estrela. Élcio Elias, dono do Café Globo, também notou nos últimos dois dias um aumento de 30% a 40% na venda desses produtos.
Outros estabelecimentos que comemoram a queda na temperatura são as casas de caldos. “Nesse último fim de semana, o número de clientes quase dobrou, e durante a semana, aumentou 70%”, comemorou Maria de Fátima Alves, gerente do Canjão.
ABRIGO
Com o tempo mais frio, o Abrigo Provisório, que atende migrantes, itinerantes e moradores de rua, registrou mais procura. Segundo Samuel Francisco Bedo, administrador do local, na última semana houve um aumento de 10% no fluxo de pessoas.
Em média, o abrigo atende de 35 a 50 pessoas todos os dias, tendo capacidade máxima para 81 ocupantes, com 57 leitos para homens e 24 para mulheres.
Fonte: Portoal GCN