Domingo de confusão em guia da cidade São José dos Campos e Taubaté. A votação para eleger o novo presidente e a diretoria do Coren – o Conselho Regional de Enfermagem – exigiu paciência dos profissionais que foram votar e perderam parte do dia esperando.
Uma fila gigantesca. Esse era o cenário da votação Taubaté. “A urna é uma sala só. Poderia ter postos duas salas com mais urnas que já teria adiantado. E eu não sei por que demora tanto desse jeito, sendo que é só marcar um xizinho lá”, disse um dos que estavam na fila.
Revolta também em São José dos Campos. Tinha tanta gente esperando que não dava para saber onde terminava a fila. “Eu cheguei 8h30 e consegui sair agora e votei as 13h30. Uma falta de respeito com o profissional da enfermagem. Nós deixamos família, filhos, que é o único dia que nós temos que é o domingo para estar com a família”, disse a técnica de enfermagem, Ana Lúcia Lopes.
O voto é obrigatório para todos os profissionais da área da enfermagem. Quem não votar e não justificar ausência paga multa. “A taxa é de R$ 120, isso estava no site deles lá e se não pagar essa taxa, automaticamente, você fica sem exercer sua profissão, isso para enfermeiro. Agora, auxiliar e técnico de enfermagem têm outra taxa específica”, explicou o enfermeiro Alex Botelho Leal.
Quem estava de plantão bem que tentou votar, mas também não conseguiu. “Viemos cedo, não conseguimos e agora voltamos com uma declaração e mesmo assim não conseguimos passar. Diz que não podem passar na frente”, conta o técnico de enfermagem, Paulo Antônio Neves.
Ninguém do Coren quis gravar entrevista com a equipe de reportagem do Vanguarda TV. Por telefone, a responsável pelo departamento jurídico do conselho afirmou que a votação estava ocorrendo normalmente e que só havia registro de problema na parte da manhã, mas durante a gravação da matéria, na parte da tarde, a fila ainda continuava extensa no loca de votação em São José dos Campos
Já com relação a reclamação de falta de organização, a responsável reconheceu a inexperiência por parte dos mesários, mas justificou dizendo que todo mundo veio votar no mesmo horário. “Muita gente trabalha a noite, sai do plantão e vem para cá. Então, era natural se esperar que viessem pessoas de manhã, tarde e noite, porque enfermagem trabalha 24 horas no hospital. Então, vai vir gente, inclusive deveria funcionar 24 horas esse processo eleitoral, se ele fosse respeitar a realidade de trabalho”, reclamou uma votante.
Às quatro horas da tarde, duas horas antes do horário marcado, os portões foram fechados. “O funcionário do Coren falou que o presidente do Coren autorizou quem não quisesse votar, não era obrigado mais e não vai pagar anuidade, porque a fila está enorme, não vai dar tempo de todo mundo votar”, disse o auxiliar de enfermagem João Batista.
Os profissionais não se convenceram da explicação, registraram boletim de ocorrência e fizeram um abaixo assinado contestando a validade da eleição. “O que a gente quer é que nós estamos aqui, nós gostaríamos de exercer nosso direito e nós fomos impedidos, porque está fechado o portão”, reclamou a técnica de enfermagem, Valeska Barbosa.
Enfermeiros de Guaratinguetá também procuraram a Rede Vanguarda para registrar que por lá também houve confusão e demora durante a votação deste domingo.
Nesta segunda-feira (12), o Coren reforçou que todos os profissionais que não votaram terão sua justificativa automática, sem cobrança de multa.
Em nota, o conselho atribuiu a confusão a uma das chapas concorrentes que causou pavor nos profissionais convocados para atuar no processo eleitoral e provocou o atraso na abertura dos portões.
Disse ainda que o método dos anos anteriores, quando a cédula era enviada pelos Correios, foi vetado pelo Conselho Federal de Enfermagem que não perimte votação por correspondência.
Fonte: VNews