Extração de areia volta a ser polêmica em São José ‎dos Campos


Ambientalistas protestam, pesquisadores também são contra e os moradores já mostraram que não querem. Mesmo assim, o assunto “Cavas de Areia” voltou a ser discutido na Câmara de guia da cidade São José dos Campos. O Sindicato dos Areeiros quer que a extração volte a ser feita na cidade.

A cava de areia, na várzea do Rio Paraíba do Sul, foi abandonada depois que a Justiça proibiu a extração em São José dos Campos. Segundo ambientalistas, os estragos feitos no local dificilmente podem ser reparados. “A função da água, desse abastecimento, ele pode estar comprometido com essa extração”, disse o ambientalista, Gabriel Alves Júnior.

A extração de areia foi proibida em São José dos Campos há 17 anos. Em 2003, os vereadores quiseram mudar a Lei Orgânica do município para liberar a exploração. Foi feita uma audiência pública e a sociedade rejeitou o projeto. Agora, a Câmara a pedido do Sindicato dos Areeiros quer mudar novamente a lei.

O vereador João das Mercês Tampão (PR) faz parte da comissão que está elaborando o projeto. Ele diz que é favor da atividade. “Hoje, com as tecnologias, elas têm como ser recuperadas. Dá para fazer tanque, fazer lago, fazer pesque e pague”, disse.


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O Sindicato dos Areeiros defende que a extração pode ser feita sem causar prejuízos ao meio ambiente. O presidente do sindicato, Carlos Auricchio, se baseia em uma cava que foi recuperada 17 anos depois de encerrada a exploração. “A gente não vê sentido ter depósitos importantes, reconhecidos pelo Estado, jazimentos importantes reconhecidos pelo Estado em São José. Esse é o único município no Estado que proíbe a mineração”.

Paulo Martini, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) diz que a cidade deve proibir não só a extração, mas qualquer tipo de atividade em áreas de várzea. “O que está sobre essas cavas, essas barrancas, é uma fonte incrivelmente importante de biodiversidade. Então, é hora realmente de dar um basta nisso e mostrar que a questão da sustentabilidade é muito mais importante que meia tonelada de areia”.

Estão previstas audiência públicas, entre agosto e setembro, para discutir o assunto com os moradores. Mas, o projeto ainda não tem data para ser votado.

Fonte: VNews