Entrega de medicamentos é inadequada em Sumaré


Nos PSFs (Posto de Saúde da Família) dos bairros Parque Emília e Virgínio Basso, na cidade de Sumaré, a entrega de medicamentos é feita sem a supervisão de farmacêuticos ou auxiliares de farmácia. A situação é reprovada pelo CRF (Conselho Regional de Farmácia), que faz um alerta ainda maior. De acordo com o diretor regional do CRF de Campinas, Leonel Francisco de Almeida Leite, todas as unidades de saúde da cidade estão inadequadas perante a entidade. “É uma prática totalmente condenada pelo Conselho. A população tem o direito de ser assistida pelo farmacêutico no ato da dispensação (entrega) dos medicamentos, para que ela faça uso correto da medicação”, criticou o diretor.

A Secretaria de Saúde de Sumaré nega a situação. Por meio de nota, a pasta garantiu que em todas as unidades de saúde a entrega dos medicamentos é feita por profissionais de farmácia, como prevê a legislação. Num dos postos, pesquisados pela reportagem, o PSF Parque Emília, a funcionária foi enfática ao responder quem era responsável pelo serviço. “Aqui, são os auxiliares de técnicos de enfermagem. Nós não temos uma auxiliar de farmácia nem farmacêutico”.

O diretor explicou que o Conselho faz fiscalizações nos postos de saúde, mas está de “mãos atadas” devido a uma brecha na legislação. A Lei nº 5991/73, que dispõe sobre o controle sanitário do comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, possui um artigo que desobriga a assistência de farmacêuticos em unidades de saúde. A legislação é contestada pelo CRF, já que serve de amparo judicial às Prefeituras. Leite ainda apontou outros problemas identificados pela fiscalização do Conselho, como armazenamento inadequado de medicamentos e espaço físico insuficiente.

Em Americana, a troca de medicamentos por parte de uma técnica em enfermagem é suspeita de causar a morte de uma paciente num posto de saúde da cidade, em agosto deste ano. A Administração é amparada por uma liminar concedida pela justiça, que garante a não contratação de profissionais graduados em farmácia para a entrega de medicamentos.


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Cortes
Nos postos de saúde de Sumaré também houve cortes de funcionários. No Parque Emília, uma técnica de enfermagem foi dispensada do serviço. Agora, somente duas técnicas vão atender a população. A situação se repete na unidade do Virgínio Basso. A Prefeitura informou que há um concurso público em andamento e que a meta é contratar novos servidores para atender a uma determinação do Ministério Público do Trabalho.

Ontem, a Câmara dos Vereadores de Sumaré aprovou, em segundo turno, o orçamento municipal de 2012. A previsão é de que R$ 102,4 milhões (17,7% do orçamento) sejam investidos na saúde.

Fonte: Jornal O Liberal