Pra muita gente, jogar alguma coisa no lixo significa o fim. O que não serve mais é descartado. Mas em São José dos Campos, tem empresa que ganha dinheiro com esses resíduos.
Na Embraer, maior fábrica de aviões da América Latina, em São José dos Campos, o metal é a principal matéria prima da indústria. A liga de alumínio chega em forma de barras grandes e pesadas. E as máquinas fazem a transformação do material bruto em peças menores, que serão usadas na montagem das aeronaves. E é desse processo que sai boa parte do lixo da fábrica. 40% dos resíduos da empresa é o que sobram da usinagem. O restante vem dos das sobras de tintas, madeira, papel, papelão e lixo orgânico. Em todos os prédios foram colocados cestos para estimular a separação dos resíduos entre os próprios funcionários.
Nada é reciclado na própria fábrica. Todo o resíduo gerado é separado. São 11 mil funcionários e uma produção que não para. Resultado, são geradas, por mês, cerca 800 toneladas de lixo. Cada material é colocado num lugar específico. Depois tudo é vendido para outras empresas que fazem a reciclagem desses materiais.
O isopor e uma espécie de espuma, são vendidos para uma empresa de Santa Catarina que produz molduras para quadro e também roda pé de parede. Essa política, além de gerar receita para a fábrica, diminuiu a quantidade de material que ia pro Aterro Municipal.
“Hoje, só 4% do resíduo gerado na empresa é destinado ao Aterro Sanitário. E ainda existem programas onde a gente vai conseguir reduções desse nível, chegando próximo de zero”, diz o diretor de sustentabilidade da Embraer, Carlos Camargo.
A Johnson&Johnson também encontrou uma saída para o lixo industrial. Por ano são 12.000 toneladas de resíduos que iam pro lixo. Agora, tudo é transformado, novamente em matéria prima, que é reutilizada pela própria empresa. Foi construído um centro para reaproveitar o plástico que sobra no processo de produção. O material é triturado e depois é derretido e, por fim, transformado em bolinhas.
“Existe um estudo para reaproveitamento de parte desse resíduo, dentro do nosso próprio processo produtivo, produzindo embalagens e produtos da companhia. O restante desses resíduos eles vão para o mercado de recicladores para se tornar matéria prima de outros processos, eles provavelmente vão virar sacolas plásticas, sacos de lixo, baldes, brinquedos de crianças, bolsas e outros matériais que usam resina plástica”, diz o supervisor de serviços da J&J, Pedro Souza.
Outro investimento da empresa foi a construção de uma estação de tratamento de água. Nela a água chega bem suja, então ela passa por um canal até ser despejada em um tanque, e o resultado final é uma água limpa.
“A água é recolhida através das redes de captação de toda a parte de uso de sanitários, da parte do restaurante, lavagem de utensílios do restaurante e de comida e também do processo industrial. Fazemos um tratamento e devolvemos essa água para o meio ambiente com uma redução de até 92% da carga orgânica” explica o gerente de manutenção Alex Gomes.
Fonte: VNews