O número de adolescentes envolvidos em crimes dobrou em São José dos Campos em um ano. A Polícia Militar fez 362 prisões em flagrante de crianças e adolescentes entre janeiro a outubro desse ano, contra 170 no mesmo período do ano passado. O número de atos infracionais cometidos nesse período chegou a 747, 11% a mais que no ano passado.
Tanto a polícia quanto a Secretária de Segurança reconhecem que por causa da punição mais branda, os jovens são facilmente aliciados por traficantes. “A gente acredita que há uma série de fatores que podem ter contribuído para isso. Um deles, é o fato de como a norma penal no Brasil para o adolescente infrator, para a criança infratora, é uma norma um pouco mais branda em relação ao adulto, isso talvez seja um dos fatores que tenha feito com que as pessoas sintam-se mais motivadas a aliciar crianças e adolescentes para que entrem no mundo do crime”, disse o capitão Antero, da Polícia Militar.
O promotor da Infância e da Juventude, João Marcos de Paiva, disse que o Estatuto da Criança e do Adolescente determina o que o período de internação dos adolescentes seja breve.
“O próprio Estatuto da Criança e do Adolescente diz que na primeira apreensão ele não pode ficar internado. Aqui, em São José dos Campos, todos os atos infracionais de tráfico de drogas na segunda apreensão eles ficam internados. É traumatizante para as famílias, para os meninos e como eu sempre digo, em geral, são todos pobres, meninos de periferia, mas não há uma omissão na aplicação da lei, a lei é aplicada rigorosamente”, garante.
Audiência
A equipe da TV Vanguarda acompanhou a audência de um adolescente de 17 anos que está internado na Fundação Casa (antiga Febem). Ele foi preso em flagrante pela polícia com uma moto roubada e um revólver calibre 38. Ele disse que nem pensava no risco de ser detido. “Pensa que só acontece com os outros. Quando acontece com nós (sic) que nós acredita (sic)”.
Na audiência, o juiz da Vara da Infância e Juventude, Marco César Vasconcelos, determinou que ele permanecesse internado. “Vou voltar a estudar e trabalhar e nunca mais vou querer arma”, assegurou o jovem.
O juiz elenca alguns dos motivos que levam os adolescentes a entrarem na criminalidade. “A maioria dos jovens infratores estão fora da escola. Esse é um motivo preponderante. O segundo motivo é consumismo atual exagerado de tênis e roupa de marca, os adolescentes da periferia acabam sendo seduzidos por esse consumo e o gerente do tráfico acaba usando esse argumento para trazê-los para o ponto de tráfico”.
Fonte: G1
Está faltando Deus nestas familias. Familia sem religião e pais ausentes só dá nisso. E o mal exemplo vem de cima ( dos politicos corruptos que fazem o que querem e acaba tudo em pizza).