Dobra número de vítimas de politraumatismo em Franca


Um levantamento realizado pela Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo indicou que o número de vítimas de politraumatismo mais do que dobrou na região de Franca. Em 2002, foram registradas 58 internações em Franca e região. Já em 2011, o último ano consolidado, a quantidade de casos saltou para 120, representando um aumento de 106% em apenas nove anos.

Em todo o Estado de São Paulo, no mesmo período, esse tipo de internação mais que dobrou. Foram 6.432 casos em 2002 e 14.214 em 2011. A variação foi de cerca de 121%.

O aumento registrado em Franca foi o sexto maior entre as 17 regiões do levantamento. Ficou atrás da Grande São Paulo (crescimento de 232%), Ribeirão Preto (168%), Sorocaba (156%), Encontra Araçatuba (146%) e Piracicaba (139%). As únicas regiões em que as ocorrências decresceram foram Araraquara (-4%) e Presidente Prudente (-24%).

O politraumatismo é uma condição geralmente resultante de acidentes de trânsito ou quedas. De acordo com a secretária municipal da Saúde, Rosane Alonso Moscardini, a maioria das vítimas se envolve em acidentes. “Via de regra, 99% das vítimas com suspeita de politrauma são encaminhadas diretamente para a Santa Casa ”, disse Rosane.


Na opinião do ortopedista da Santa Casa Pedro Silvestrini, o número de casos de politraumatismo é muito maior do que o divulgado pelo levantamento da Secretaria Estadual. “Geralmente, os casos registrados como politraumatismo são apenas os mais graves. Por exemplo, se o paciente chega com uma fratura de tíbia e uma escoriação, é possível que na ficha o caso seja classificado como apenas fratura de tíbia. Em 2010, por exemplo, tivemos aproximadamente 600 pacientes do SUS de politraumatismo somente por acidentes de trânsito. Esses dados não levam em conta quedas ou os atendidos por hospitais particulares”, explica.

Silvestrini afirma que a maioria dos pacientes politraumatizados, cerca de 70%, são provenientes de acidentes de trânsito. Já 25% são por causa de quedas de grandes alturas, e 5%, por acidentes de trabalho.

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O ortopedista estima que a taxa de óbito para vítimas mais graves seja de 40%. Apenas 5% das vítimas moderadas e 1% das leves morrem. “A prevenção e a atenção são fundamentais para evitar se envolver em acidentes e sofrer politrauma. Além disso, é preciso buscar ajuda o mais rápido possível. Quanto mais rápido é o atendimento, maior é a taxa de sobrevivência do paciente.”

SOBREVIVENTE
Um dos sobreviventes de politraumatismo é o encarregado de produção Márcio Luis Raminelli, 34, do Parque dos Ipês. Ele se envolveu em um acidente grave de trânsito em junho de 2011, quando andava com sua motou pela avenida Luiz Vaz de Camões.


O encarregado fraturou o fêmur e o braço, ambos do lado esquerdo. A lesão do punho é mais simples, mas a do joelho exigiu cirurgia e a inserção de 25 parafusos na área. A recuperação lenta foi o motivo dele ter demorado a começar a fisioterapia, no Hospital do Coração da Santa Casa, em abril do ano passado. Por causa das lesões, teve que se afastar do trabalho em uma empresa de materiais de construção.

Raminelli já consegue andar com o auxílio de uma bengala, mas ainda sente dores, não consegue se agachar e, de acordo com o seu fisioterapeuta, Luis Eduardo Faleiros, vai ficar com sequelas. Mesmo assim, está confiante. “Vai demorar mais uns dois meses de tratamento, mas tenho esperança de que a minha situação vai melhorar. Não 100% como antes, mas uns 90%.”

Fonte: Portal GCN