A devolução do dinheiro dos ingressos do show do grupo O Teatro Mágico, cancelado no último dia 26 de outubro, acabou em confusão ontem em Franca. Marcado para ocorrer das 14 às 20 horas, o agendamento do reembolso gerou bate-boca e muita revolta. Até a polícia foi chamada para tentar acalmar os ânimos e organizar o processo. Às 16 horas cerca de 50 pessoas se aglomeravam em frente ao Pier 888, onde aconteceria o show e foi marcado o recebimento, e gritavam “fecha, fecha…” em alusão à interdição do local.
As reclamações eram semelhantes entre os presentes e tinham como principal alvo a empresária Edna Satiko, proprietária do Pier. Em primeiro lugar, as pessoas reclamaram de esperar pela devolução no sol, do lado de fora do estabelecimento. Também se queixaram do reembolso ser feito referente a só um ingresso por pessoa e de não devolverem a totalidade do valor àqueles que pagaram R$ 30 pelo show. Foram vendidos dois lotes de ingressos, um no valor de R$ 20 e o segundo a R$ 30. “Me informaram que só estão devolvendo R$ 20, sendo que eu paguei mais. Vou procurar os meus direitos no Procon”, reclamou a psicóloga Ana Cláudia Diniz Sousa, 23, que foi até o Pier receber a devolução de dois ingressos. “Estava trabalhando e vim trocar o meu e o da minha prima.”
A estudante e auxiliar de escritório Elisângela Barcellos de Souza, 27, chegou às 14 horas no local e não se conformava com o “desrespeito” dos organizadores do evento. “Estamos esperando no sol. Foi pedido para deixarem a gente na sombra e não fomos atendidos. Muitas pessoas desistiram.”
Revoltado, o jovem Ítalo Boraschi Silva pedia explicações da empresária e dizia que não sairia do local somente com parte do dinheiro. “A gente paga R$ 30 e só querem devolver R$ 20. Não aceito.”
Com entrada restrita a duas pessoas por vez, o ressarcimento era feito mediante apresentação do ingresso e de um RG. O solicitante também assinava um termo e, no caso de ter pago R$ 30 pelo ingresso, recebia R$ 20 e um vale no valor de R$ 10 a ser pago em outra ocasião. Cada atendimento demorava em torno de meia hora e tinha o acompanhamento de um segurança. Por volta das 15h40, um segurança também informou que a devolução só ocorreria para cem pessoas. “Chegamos às 13h40 e só entramos agora às 16 horas. Recebemos só R$ 20. Lá dentro eles informaram que a Edna está viajando e que O Teatro Mágico quebrou o contrato”, disse o estudante Francisco Luís de Castro Neto, 19, ao sair do Pier.
Por telefone, a empresária Edna Satiko disse que deixou as pessoas do lado de fora para evitar tumulto no interior do Pier e, a partir da próxima semana, dividirá a devolução dos ingressos de acordo com a numeração do mesmo. “Vou devolver o dinheiro de todos. Estamos providenciando. Acontece que O Teatro Mágico recebeu e não vai fazer outro show nem devolver o pagamento.” Edna disse ter desembolsado R$ 20 mil entre a contratação dos artistas e despesas de transporte, hospedagem e alimentação.
Em nota emitida no blog do grupo no dia do show, O Teatro Mágico informou que em “função do não cumprimento das especificações técnicas para a realização do show por parte do contratante, a produção optou pelo cancelamento da apresentação, tendo em vista que o espetáculo e o público sairiam prejudicados”.
Fonte: Portal GCN