Dos 20 grupos inscritos para cantar na eliminatória da São Paulo Exposamba no Centro Educacional Unificado (CEU) Paraisópolis neste sábado (14), apenas metade compareceu. Segundo a organização, muitos candidatos desistiram pelo caminho por falta de patrocínio ou de condições para viajar. Três dos participantes que não apareceram são de Goiás, Rio Grande do Norte e Bahia.
O primeiro músico a subir ao palco foi Diego Augusto, que cantou o pagode “Eu peço a Deus”, com mais um integrante do Grupo Tabakana. A canção, uma espécie de oração, inclui frases de motivação como “Que eu possa aprender com vitórias e não com derrotas”, “Que meu senso de justiça continue sempre apurado e verdadeiro”e “Que eu possa repousar em paz com a certeza de que fui um ser humano melhor”.
Ao final, Diego pediu desculpas à plateia – formada por um júri, músicos, adultos e crianças da comunidade – por causa do nervosismo que o fez desafinar em alguns momentos.
Em seguida, foi a vez de o cantor Everaldo Oliveira iniciar o samba “Festa de uma nação”, que diz “No samba, não tem preconceito de raça e de cor”. Ele contou com a ajuda de um amigo nos instrumentos e acabou como um dos dois semifinalistas do CEU Paraisópolis.
O outro vencedor deste sábado foi o grupo de São Vicente, litoral paulista, Eskina do Samba, com “Peço arrego”, nova música de trabalho. O grupo tem oito anos de formação, um CD demo gravado e se apresenta em casas noturnas de São Vicente e Santos.
“Estou muito contente, nosso trabalho sempre foi muito bom”, afirmou o percussionista veterano Genário Vila Nova. O colega Alessandro Simeão, também percussionista, disse que o nível dos candidatos estava bom e que o samba, como disse uma das letras apresentadas, “agoniza, mas não morre”.
A tarde do sábado contou, ainda, com a música “Esquenta”, interpretada por Cleiton Dias, que fala sobre amor. Ela foi composta pelo amigo Marcelo Brandão. “Escrevo sempre junto com a melodia, de madrugada. Crio personagens e uma história na cabeça antes”, disse.
Outro destaque foi a cantora Ivânia Catarina, com “Deixa o meu santo em paz”, do compositor e amigo Carlos Gomes. Única mulher do CEU Paraisópolis a subir ao palco, ela teve um ótimo desempenho e foi bastante aplaudida.
“Foi a primeira vez que apresentei a música em público, ensaiei só oito minutos de manhã. Precisava ter mais mulheres aqui. Só homem canta samba?”, questionou.
Fonte: G1