Na Rua dos Macunis, na Vila Madalena, Zona Oeste de SP, o casarão antigo de Cristina Bittercourt chama a atenção de pedestres e condutores que passam pela via. A arquitetura colonial da casa, consequência do passado histórico do bairro, se destaca por entre os prédios comerciais e residências convencionais de seus vizinhos. A moradora, de 33 anos, herdou a casa de seu avô, Damaso Bittercourt, um engenheiro. Esta foi uma das primeiras casas da rua. Construído na década de 1950, o imóvel tem arquitetura colonial portuguesa.
A moradora contou que a casa foi projetada e desenhada pelo avô, que se mudou para o interior depois da morte da esposa. “Ele tem um carinho muito grande pela casa, não deixa a gente mudar nada. Uma vez por mês ele vem vê-la”, disse.
Sobre a conservação, a família teme que o seu valor histórico se perca com a restauração, além do custo alto para manutenção por se tratar de uma estrutura antiga.
Morador da vila há 40 anos, o promotor de justiça Rodrigo César Coccaro, de 43 anos, disse não ver no bairro outra arquitetura parecida. “Com este estilo, é uma das únicas que tem por aqui.”
Para a professora Eliete Bindi, de 57 anos, casas como esta devem permanecer, pois dão identidade do bairro. “O processo de crescimento é importante, mas não podemos deixar de lado as características da Vila Madalena”, observou.
Plano de bairro para a Vila Madalena é discutido
O contraste entre a preservação histórica e a urbanização trazida pela expansão da cidade não acontece somente na Rua dos Macunis, mas em toda a Vila Madalena. Diante disto, foi criado neste ano o plano de bairro para a Vila Madalena.
Movimento contrário ao tombamento de casas
A arquiteta Anna Dietzsch, responsável pelo projeto, explicou que o estudo contraria um movimento de tombamento das casas tradicionais. “Isso reduz a imagem do bairro a apenas uma casinha. O projeto visa preservar a vila como um todo, a diversidade e o espírito do bairro”, destacou.
Fonte: Rede Bom Dia