Bilhete que sugere ‘varadas’ não muda rotina de escola em Sumaré


A professora de português acusada de sugerir o uso de  ‘cintadas’ e ‘varadas’ como forma de educar um menino de 12 anos, na Escola Municipal José de Anchieta, em Sumaré, seguiu com as aulas na tarde de ontem (25). Por outro lado, outra aluna também diz que foi repreendida de forma inadequada pela docente.

“Ela disse que eu tinha gordura no cérebro, daí os outros ficaram me zoando”, relata a estudante. Os pais do menino informaram que a escola agendou uma reunião para a manhã desta terça-feira (26). O secretário de Educação, Emílio Coelho, não quis se manifestar. Por meio de assessoria, informou que  aguarda pelo ‘fim da história’ para definir o futuro da professora, que também não se manifestou sobre o assunto.

A diretora da escola, Márcia Silva, disse que encaminhou um termo de orientação para a educadora. “Não é a postura da escola. Nós orientamos sobre as atitudes que devem ser tomadas em relação aos alunos”, resume.

Bilhete
“Quer conversar com o seu filho? Se a conversa não resolver. Acho que umas cintada vai resolver (sic)”, escreve a professora. O texto possui erros de concordância verbal e termina com outra sugestão.


“Esqueça tudo o que esses psicólogos fajutos dizem e parta para as ‘varadas'”, completa o bilhete. A denúncia e a cópia do documento foram enviadas para o VC no G1. De acordo com os pais, o menino, que está na 5ª série do ensino fundamental, tem dificuldade de aprendizado, diagnosticada há cerca de dois anos.

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A história
O estudante iniciou tratamento com psiquiatras e psicólogos para ajudá-lo nos estudos, o que, de acordo com o garoto, virou motivo de perseguição da professora na sala de aula. “Ela fala que eu preciso tomar remédio, que eu tinha problemas mentais e que nunca vou ser nada na vida”, relata o garoto. “Eu achei o bilhete um absurdo. Ela mandou meus pais me agredirem e isso não é adequado para uma professora”, completa.

Depois de receberam o bilhete no começo deste mês, os pais decidiram fazer uma reclamação formal à diretoria, mas a escola não se posicionou a respeito até sexta-feira (22), de acordo com o pai do estudante. “Chegou em um ponto absurdo. Ela (a professora) tem conturbado ainda mais o andamento escolar dele, que já tem dificuldade de aprendizado. A gente sempre soube que ele tinha dificuldade, mas ele sempre esteve lá, estudando”, diz o comerciante André Luis Ferreira Lima.

Os pais dizem que o filho é vítima de bullying. “Coisas que ela deveria falar em um ambiente particular, ela fala em frente aos alunos. A classe toda pega no pé dele, porque a própria professora fica o ofendendo. Não é porque o aluno tem dificuldade que a professora pode rebaixar alguém na sala de aula”, conta André Lima.


A mãe do garoto, Lucineide Ferreira Lima, conta que o filho pediu para trocar de escola por causa da postura da professora. “Se ele precisa de ajuda, não é com ‘varadas’ e ‘cintadas’ que eu vou fazer isso. A ajuda dos psicólogos e psiquiatras tem sido boa, ele tem melhorado e se sentido bem. E é assim que vamos educá-lo”, defende a mãe.

Fonte: G1


One Response

  1. Alessandra 27 de junho de 2012