A família do menino Érique Henrique da Silva Santos, de 5 anos, morto em agosto do ano passado, após o ataque de três cachorros em Sumaré, voltou a realizar uma manifestação ontem em frente à empresa Têxtil Assef Maluf. Os familiares acusam a fábrica de ser a responsável pelos animais e cobram justiça. A morte do garoto completou seis meses ontem e ainda é investigada pela Polícia Civil.
Durante a tarde, cerca de 30 pessoas fizeram um protesto com faixas e camisetas em frente à sede da empresa na cidade de Sumaré, na Avenida Fuad Assef Maluf. A tia de Érique, Belina Cândido, disse que amigos e familiares ainda sentem a dor da perda do menino. “É um sentimento de revolta, que aumenta cada dia mais. Estamos aqui para lembrar dos seis meses sem o Érique. Alguma coisa tem que ser feita e nós queremos justiça”, protestou Belina. A Polícia Militar foi chamada pela empresa para retirar os manifestantes da frente do portão de acesso.
O inquérito que investiga o caso ainda não foi concluído, segundo a família. Em novembro, a defesa da Têxtil entregou à Polícia imagens em vídeo que comprovariam que os três cães da empresa não foram os responsáveis pela morte do menino. As imagens mostrariam que no momento do ataque, os cães da empresa não estavam soltos. O delegado Elias Kobayashi, responsável pela investigação, não quis comentar o andamento do inquérito.
CASO
No dia 11 de agosto, Érique e duas crianças mais velhas brincavam próximas à casa da avó, no bairro Portal Bordon II, quando correram atrás de uma pipa que caiu em um terreno baldio nos fundos da têxtil. Três cães mestiços das raças boxer e rottweiler teriam saído por uma brecha no alambrado da empresa e avançado nas crianças. Érique, o mais frágil entre elas, não conseguiu escapar.
Logo após o ataque, duas tias do garoto, uma criança de oito anos e uma moradora próxima do local da morte reconheceram no CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) da cidade os três cães como sendo da Assef Maluf. A Têxtil, no entanto, afirma que os cães que ficam no interior da empresa são dóceis e nega que a morte tenha sido provocada por eles.
Fonte: Jornal O Liberal