Várias lojas dos shoppings na cidade de Joinville e do comércio de rua já anunciam descontos de até 70%. E isto é apenas o começo. As megapromoções devem começar nos próximos dias. Os organizadores fazem suspense quanto às datas, mas dois shoppings – Mueller e Garten – confirmaram a realização de ações de liquidação, e a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) também promoverá, em fevereiro, o Liquida Joinville, com a participação de cerca de 300 estabelecimentos. Mas será que vale a pena esperar?
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Carlos Grendene, conta como é a lógica do comércio nesta época. No início de fevereiro, quando as liquidações começam, os consumidores vão às compras para aproveitar a promoção e comprar aquela peça que falta no guarda-roupa.
À medida em que os dias passam, as opções de modelo, cor e tamanho se tornam mais restritas. Então, o lojista joga o preço lá para baixo. Sem encontrar exatamente o que procurava, o consumidor acaba comprando outro artigo, por um preço irresistível.
— Liquidações sempre vão existir, a necessidade de acabar com o estoque torna a liquidação real, não há lucro —, afirma Grendene.
O presidente da Associação de Lojistas do Shopping Mueller, Ênio José Vieira, afirma que as promoções que ocorrem agora só valem para alguns itens das lojas.
— Muitas vezes, são só artigos que não tiveram procura. Já nas megapromoções, toda a coleção sofre remarcação de preço —, diz.
O torra-torra envolve, sobretudo, o setor de roupas e de calçados, em virtude da sazonalidade.
Se o lucro é a alma do negócio, vender a preço de custo pode parecer uma contradição, mas Vieira explica que o pensamento do lojista é simples: uma coleção encalhada ficará desatualizada para o ano seguinte e o dinheiro ficará parado, enquanto o mesmo valor poderia servir para girar novas mercadorias.
Fonte: A Notícia