Estudantes de São José aprendem a lidar com adubos, sementes e plantas


Que tal aprender a trabalhar na roça? É o que um grupo de estudantes de São José dos Campos está fazendo. Um programa de desenvolvimento rural da Prefeitura de São José dos Campos quer preparar jovens a cuidar das coisas do campo, mesmo em uma cidade fortemente industrializada.

Um pouco de terra, pá e muda de urucum. Pode não parecer, mas é material didático. E a aula é sobre plantio.

Adubos, equipamentos agrícolas e insumos pra lavoura também fazem parte das aulas do curso rural. Uma alternativa fora do período escolar pra adolescentes.

“Os alunos aprendem a lidar com partes quantitativas de adubos, a compostagem de alimentos em suas residências e a parte de saneamento, a gente vai enfatizar também nesse curso”, diz o professor Pedro Tenor.


É até curioso encontrar uma turminha numa cidade tão industrial como São José dos Campos. Mas eles estão acostumados a mexer com a terra desde pequenos. Muitos são filhos de produtores e viram no curso uma forma de profissionalizar um ramo que só era passado de geração pra geração.

É o que está fazendo Núbia. Uma semana de aula já foi suficiente pra listar problemas no pomar dos sogros.

“Eles plantam ali de um modo totalmente errado. Tem um modo certo pra planta, um tempo certo pra colher, tem tudo isso”, conta a aluna do curso Núbia Faria.

Tanto empenho é resultado das aulas no campo aliadas ao curso teórico, com noções de empreendedorismo. Eles aprendem a transformar sementes em dinheiro.

“O que esse curso proporciona é exatamente isso, é uma nova visão da atividade rural como empreendimento que tem que dar lucro, então tem que ser uma atividade bem planejada e com utilização de tecnologias mais apropriadas”, conta a coordenadora do Proder Amelia Oikawa.


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Lucas é um dos poucos que ainda não tem uma propriedade. Mas se depender do curso, ela deve vir rapidinho.

“A gente pode tirar o próprio sustento e mais pra frente conseguir também um emprego, talvez comprar sua própria terra, que é o que eu quero fazer”, diz o aluno do curso Lucas Oliveira.

E pra os futuros agricultores, o livro anda lado a lado com a enxada. Por isso os planos vão muito além da próxima safra.

“Eu pretendo fazer ano que vem fazer um curso na escola agrícola mesmo de veterinária”, conta o aluno Oslander Ribeiro.

“Eu quero fazer faculdade mesmo de veterinária, para mexer com bicho. Aí quem sabe talvez fazer uma faculdade de engenheira alimentar que é o que meu irmão faz”, conta Núbia.

O programa tem 600 horas de duração e oferece atividades de assistência técnica, apoio na formação de mão de obra e novas tecnologias de manejo, cultivo e comercialização.

As aulas estão sendo dadas nos bairros Torrão de Ouro, na região sul, e no bairro Caetê, na zona norte da cidade.

Fonte: VNews