Clima de tensão toma conta de bairros vizinhos ao Pinheirinho, em São José dos Campos


Há uma semana os moradores do Pinheirinho, terreno invadido na zona sul da cidade São José dos Campos vivem a expectativa da reintegração de posse da área. O clima de tensão que envolve essas pessoas chega também aos bairros vizinhos do local. Sem saber quando vai ser feita a desocupação, muita gente já mudou a rotina.

A rotina dentro da ocupação é a mesma todos os dias. São horas de plantão na porta do Pinheirinho. Todos na expectativa de um possível confronto com a polícia, mas não são só os moradores que estão apreensivos com a possível reintegração de posse.

A ocupação é vizinha a quatro grandes bairros, que viram a rotina mudar na última semana. “O bairro todo está tenso, porque a gente não sabe o que pode acontecer a qualquer momento. Então, realmente as pessoas estão preferindo não sair de casa, a rotina do ônibus também mudou o trajeto do ônibus”, conta Graça do Campo, presidente da Sociedade Amigos de Bairro (SAB) do Campo dos Alemães.

No Campo dos Alemães vivem cerca de 30 mil moradores. Muitos têm se recolhido mais cedo nos últimos dias. Quem é dono de comércio, adianta o expediente. “Fecho de 17h, dentro de 17h,17h30, com medo deles invadirem, porque teve lojas que falaram que iam invadir e a gente ficou com precaução, com medo por isso”, disse a comerciante Neusa Santos.


No Jardim Colonial, as portas também estão fechando antes da hora. O presidente da Sociedade Amigos de Bairro (SAB), Rogério Oliveira, vai de loja em loja para alertar sobre possíveis problemas que possam surgir com a desocupação. “Sugestão nossa que eles fechem o comércio para evitar invasões. Isso tem gerado uma ansiedade muito grande nos comerciantes e nos moradores que ficam mais próximos a área invadida”.

Na loja de colchões, algumas medidas de segurança já estão sendo tomadas na hora de entregar os produtos. “Dias que a gente vê que está o pessoal naquele impasse de fica, não fica, a gente evita a rota para não ter problemas maiores com o carro nosso”, contou o vendedor Rodrigo Domênico.

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No Residencial União, o comércio do bairro fechou depois que foi lida a ordem de saída para os moradores do Pinheirinho na semana passada. O dono de um bar, Wilson Nunes, manteve as portas abertas. Acha que não vai ter problemas. “Muito cliente lá e muito freguês bom e não tenho nada contra eles também. Não tenho receio de nada”, contou.

Já pelas ruas do bairro, o clima não é de tanta tranquilidade. “Eu coloco minha família dentro de casa, não dá para sair”, contou um morador.


“A gente tem medo de sair a rua e confrontar tanto com as pessoas do lado oposto, como do lado das autoridades que está a qualquer momento para invadir esse ambiente. Então, a gente fica sem saber, com medo de tiroteio, ser atingido por bala perdida, um monte de problemas”, disse o morador do bairro, Geraldo Cardoso.

Conversamos com o líder da ocupação. Valdir Martins, o Marrom, pede calma. “A população inteira de São José dos Campos está preocupada, porque a intenção do movimento é resistir a desocupação, mas nenhuma coisa vai acontecer com a população de São José dos Campos, porque essa é minha orientação para toda a coordenação do acampamento e podem ficar tranquila que isso não vai acontecer”.

Fonte: VNews