Rio Claro pode se tornar uma das poucas cidades brasileiras a ter uma estação de tratamento de lodo de água. Projeto para a construção da estação está sendo elaborado pelo Daae (Departamento Autônomo de Água e Esgoto) com recursos obtidos junto ao comitê PCJ.
A informação foi divulgada nessa quinta-feira (31) pelo superintendente da autarquia, Geraldo Gonçalves Pereira, em entrevista concedida à Rádio Jovem Pan. Segundo ele, o projeto está em fase final de elaboração e, após ser concluído, será apresentado para aprovação da Cetesb (Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental). A obra demandaria investimento de cerca de R$ 4 milhões.
O superintendente divulgou o projeto para rebater as críticas sofridas pelo Daae, acusado de poluir os rios Ribeirão Claro e Corumbataí com despelo desses dejetos. O fato, inclusive, está sendo investigado pelo Ministério Público, que cobra aplicação de multa aos responsáveis.
O superintendente admite o problema na ETA 1. Porém, ressalta que ele existe desde que a estação foi construída no final da década de 1940. De acordo com Pereira, desde o início a ETA 1 joga o lodo resultante do processo de decantação da água no rio. O despejo é feito quando é feita a limpeza dos decantadores.
Tal procedimento ocorre, segundo ele, porque na época não havia legislação ambiental que dispusesse sobre o assunto. Além disso, Rio Claro tinha apenas 47 mil habitantes (incluindo Corumbataí e Ipeúna) e o local da estação era considerado área rural.
Pereira esclarece que o problema acontece somente na ETA 1, que abastece 40% do município. Na ETA 2, responsável por 60% do abastecimento da cidade, isso não ocorre. Os despejos oriundos da decantação são despejados em lagoas da própria estação. Essas lagoas são limpas uma vez por ano e o lodo é utilizado como adubo pelo Departamento de Parques e Jardins. A solução para o problema, diz Pereira, é a construção da estação de tratamento para o lodo, projeto que está em andamento.
Fonte: JC Rio Claro