O resultado do Carnaval 2012, que apontou a Samuca como bicampeã, é questionado por duas escolas de samba nos bastidores da folia. Na última quarta-feira, Grasifs – Voz do Morro e Casamba protocolaram na prefeitura recursos diferentes. A Vermelho e Branco, presidida por Ari Rios, busca a nulidade das notas aplicadas por 10 dos 18 jurados. Já a Amarelo e Branco, que tem Edson SantAnna no comando, reivindica a anulação do resultado do Carnaval.
O JC teve muito trabalho para ter acesso ao conteúdo dos recursos. Após muitos telefonemas, solicitação feita no setor de Protocolo da prefeitura e ida até a Secretaria Municipal de Turismo, que se encontrava fechada às 16 horas, os documentos foram disponibilizados no Paço Municipal na Secretaria de Negócios Jurídicos.
A partir daí, o JC apurou que a polêmica gira em torno dos jurados da União das Escolas de Samba de São Paulo (Uesp), que estiveram domingo em Rio Claro para analisar o desempenho das agremiações carnavalescas da cidade.
Ari Rios, no recurso protocolado, observa que há um ajuste firmado entre as escolas de samba e a Comissão Organizadora do Carnaval (COC) estabelecendo que nenhum jurado da Uesp que participou em guia Rio Claro em 2011 deveria ser contratado neste ano.
De acordo com a Voz do Morro, com a abertura das urnas, na segunda-feira, no Ginásio de Esportes para a apuração das notas, verificou-se que 10 dos 18 jurados haviam trabalhado em Rio Claro no Carnaval 2011.
“Pela quebra da formalidade estabelecida entre as escolas de samba, COC e Uesp, devem ser invalidadas as notas dos 10 jurados e o resultado publicado oficialmente, revisto”, defende Ari Rios.
Ainda no recurso, a Voz do Morro repudia as notas que recebeu nos quesitos Samba-Enredo (9,50 e 9,25) e de Bateria (10 e 9,75) e apresenta argumentos sólidos que fragilizam a atuação dos jurados.
O recurso da Casamba leva a assinatura do presidente Edson SantAnna. A Amarelo e Branco aponta os nomes de nove jurados, que trabalharam domingo na Avenida Visconde, e que estiveram em Rio Claro no ano passado, contrariando o acordo entre as escolas de samba e a COC.
A Casamba também busca informações se o jurado Fábio Cícero, que esteve em Rio Claro em 2011, e Fábio C. Arantes, que julgou as escolas de samba neste ano, são a mesma pessoa em vista da similaridade da caligrafia apresentada nas planilhas (cópias foram juntadas no recurso).
Diante dos fatos acima relatados, a Casamba requer a anulação do resultado do Carnaval 2012 de Rio Claro por suspeição dos jurados. A COC tem 20 dias para enviar respostas às escolas de samba. Como o recurso não tem efeito suspensivo, o resultado oficial fica mantido, ou seja, a Samuca bicampeã.
O presidente da COC, René Neubauer, vai tomar conhecimento do assunto nesta quinta-feira.
Fonte: JC Rio Claro