O aguardado livro A Presidenta, do jornalista Ricardo Amaral, deverá ser lançado no próximo dia 13 de dezembro no Rio de Janeiro. Na obra, o autor, que assessorou Dilma Rousseff na campanha e na sua equipe de transição, retrata desde a articulação da candidatura até a vitória de Dilma, além dos bastidores da campanha e da relação dela com o presidente Lula.
Entre os episódios de início de campanha, Amaral dá destaque especial à visita que Dilma fez a cidade Rio Claro, onde subiu pela primeira vez com Michel Temer, seu vice, em um palanque.
À época em que Dilma, ainda pré-candidata à Presidência, esteve em Rio Claro, em janeiro de 2010, havia ainda uma especulação em torno da indicação de seu vice.
No livro, Ricardo Amaral conta com detalhes os bastidores da visita de Dilma que, dias antes, havia sido chamada de “mentirosa” pelo presidente do PSDB, Sérgio Guerra.
“Ao longo de 2009, três ministros do PMDB fizeram cara de vice: Hélio Costa (antes de optar pela eleição em Minas), Nelson Jobim (ministro da Defesa que um ano depois revelou ter votado em Serra) e Henrique Meirelles (que ficou na presidência do Banco Central até o fim do governo Lula). Nenhum chegou à convenção de junho”, relata Amaral no livro.
“Temer já tinha cara de vice em janeiro de 2010, quando foi com Dilma a uma inauguração do PAC em Rio Claro, interior paulista. Foi no período em que o presidente tucano Sérgio Guerra a chamou de mentirosa e o senador Tasso Jereissati, de “candidata de silicone’”, ressalta Amaral.
“No discurso em Rio Claro, Dilma homenageou os mais ilustres filhos da terra: o deputado Ulysses Guimarães e a cantora Dalva de Oliveira. De Ulysses, Dilma recordou uma frase que parecia resposta aos dois tucanos: ‘Ele nos ensinou que não se faz política com o fígado, como quem guarda ódio na geladeira’”, relembra o autor.
“Dilma também tinha uma resposta puxada do repertório de Dalva de Oliveira, mas esta ela só mostrou a Michel Temer e ao ministro Alexandre Padilha, que a acompanhavam, depois de encerrada a cerimônia. Eram os versos de “Calúnia”, samba-canção dos anos 50 que ela cantarolou baixinho”, relata o jornalista no livro. O trecho da música que Dilma ia cantar para os tucanos dizia: “Quiseste ofuscar minha fama/ E até jogar-me na lama/ Só porque eu vivo a brilhar/ Sim, mostraste ser invejoso/ Viraste até mentiroso/ Só para caluniar”. Amaral não entra em detalhes sobre por que Dilma decidiu não usá-los.
Fonte: Canal Rio Claro