Sérgio Almeida, 45 anos, jornalista, circula por Joinville desde 1994 produzindo reportagens e atuando como assessor de imprensa. O que pouca gente sabe é que este ex-bailarino também leva seu talento aos palcos compondo letras. Em mais de 15 anos de produção, Sérgio Almeida tem um acervo de mais de mil letras nos mais diferentes estilos: MPB, pop, rock, samba, funk, soul e música nativista. Destas, pelo menos 50 foram gravadas ou pelo menos interpretadas.
Este talento começou a aflorar em 1997. O samba “Estações”, escrito naquela época, foi resgatado pela cantora Letícia Oliveira anos depois que o amigo e músico Edson Gomes o desafiou a compor. “Eu fazia escritos poéticos, que nem considerava poesia. Mas ele me estimulava passando temas como o amor e as estações do ano e eu ia criando. Quando vi, já tinha umas 150 letras”, recorda.
Ainda na década de 90, passou a participar de festivais e se classificando para as finais, tendo duas composições sendo gravadas nos CDs como os promovidos pelo Sesc, Femic (Festival da Música e da Integração Catarinense) e de canção nativa. Também tem músicas suas em CDs de vários artistas na cidade de Joinville e bandas joinvilenses.
Em 2001, a cantora Carla Passos, da Banda Gata Parida, gravou um CD com dez músicas, sendo oito suas. Nesta época, também começou a parceria com Mari Rebelo, que hoje mora em guia Salvador. Em 2010, acabou gravando um EP “Toda Palavra é Pouca”, com as músicas “Maria Lúcia”, “Através”, “Alice não Sabe Sambar” e “Balada da Noiva Triste”.
Ao longo dos anos acabou cruzando com a cantora Ana Paula da Silva. Em 2011, o CD dela acabou sendo batizado de “Pé de Crioula”. “Ela acabou fazendo uma turnê pela Europa e apresentou minhas composições. Isto é reconhecimento”, afirma Serginho. Na semana que passou, o songbook “Crioula”, de Ana Paula da Silva, foi lançado. As composições “Cara e Coroa”, “Samba da Bicicleta”, “Pé de Crioula” e “Senhora do Ouro” foram criadas em parceria com a intérprete e desenvolvida pela pianista Marisa Toledo.
A banda Dona Chica, que surgiu como grupo autoral, recorre às composições de Serginho. O CD lançado em 2010 traz as músicas “Salve Iemanjá”, “Te Esperei pra Dançar”, “Teus Olhos no Horizonte”, que foram compostas em parceria com Mari Rebelo. Neste semana, “Te Esperei pra Dançar” vai ganhar um clipe que será gravado em Florianópolis. No ano passado, o CD “Criaturas”, de Lily Blumerants foi concebido com “Desnuda”, que ele compôs em parceria com Murí Costa. “Ela trabalhou com os produtores da família Caymmi”, informa Serginho.
Trabalhos para outros Estados
Além de fazer parceria com músicos do Estado de Santa Catarina, também compõe com artistas do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo e Pernambuco. Mesmo com toda esta experiência, Serginho conta que muitos conhecidos nem imaginam que ele faz este tipo trabalho. “Acredito que quem deve chegar à frente é o trabalho. Se for bem feito, você acaba reconhecido pela qualidade do que faz. Componho para devolver poesia para a música, como era antigamente”, afirma.
Atualmente, desenvolve pesquisa e composição de repertório para o Projeto Timbre Doce, em conjunto com Francielli Braga (voz), Anderson Duarte (violão), Marília Jahn (baixo), Ana Paula Luz (percussão) e Karlinha Reis (percussão). Também tem feito o trabalho de criar letras para intérpretes joinvilenses em parceria com o guitarrista e compositor Júlio César (Julay), além de compor repertório para Letícia Oliveira, da recém-lançada Back In Black. “Gosta de ajudar quem esta começando, ajuda a criar a personalidade ao artista. Gosto de compor para a pessoa”, afirma.
Engenheiro das palavras e das melodias
A música sempre fez parte da vida do engenheiro Fabio Rivero, gaúcho de Uruguaiana que mora há mais de 15 anos em Joinville. Depois de tocar em algumas bandas no cenário joinvilense, como Os Curingas e Fusô, Fábio agora empresta seu talento musical a outros grupos da cidade.
Nos últimos dois anos, Fábio escreveu canções para as bandas Dona Chica e Rádio Gump. “A primeira banda que apostou de verdade em minha composição foi a Dona Chica, por meio da talentosa cantora Rafaela Ventz, que fez um CD com um profissionalismo fantástico onde assino quatro canções desta obra lançada ano passado”, comemora Fabio.
O disco de estreia da Rádio Gump, que será lançado ainda este ano, trará algumas canções solo de Fabio e outras com parceiros como o guitarrista Marcelo Rizzatti e a vocalista Carolina Luz. “Também tenho material sendo trabalhado pela banda Os Depira, que está moldando novo CD”, informa.
O compositor prefere trabalhar a letra junto com a melodia das músicas, mas é aberto a experimentações. Já compôs faixas inspiradas em riffs que recebeu das bandas. “Muitas vezes finalizo uma música em horas, outras vezes em dias e outras não sei se terão fim”, brinca o músico.
Outro desafio é conciliar as atividades de engenheiro – seu ganha pão – com a de compositor. O trabalho de encaixar acordes e letras em uma canção é feito nos momentos de folga. “Na verdade, a composição não me prejudica em nada meu trabalho, ao contrário, me ajuda bastante, pois me faz uma pessoa mais feliz.”
Fonte: Notícias do Dia