Racionamento pode deixar 25 mil casas sem água em Franca


O alto consumo e a estiagem forçaram a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) a adotar o racionamento em Franca. Ontem, 17 mil casas da zona norte ficaram sem água. Hoje o corte no fornecimento deve atingir 25 mil ligações. A companhia, porém, não informa quais bairros serão afetados.

Neste mês, que registrou a temperatura mais alta do ano (35,1ºC na última terça-feira, segundo a Defesa Civil), o consumo de água subiu quase 20%, enquanto a produção do Sistema Pouso Alegre caiu cerca de 30%.

Os primeiros bairros a fazer parte do racionamento ontem foram o City Petrópolis, Campo Belo, Redentor, Moema e Planalto, que teriam a água restituída no início da noite. Outros bairros entraram no esquema, mas em três horários diferentes. Ao todo, foram cortadas 17.068 ligações em 27 bairros.

Hoje a previsão é que o racionamento aconteça em 25 mil ligações, e em duas levas, uma de manhã e outra à tarde. O gerente distrital da Sabesp, Rui Engrácia, não soube precisar quais os bairros que iriam participar do racionamento. “Ontem, como tivemos a implantação do sistema, começamos com cortes de até seis horas, mas hoje e nos próximos dias o racionamento pode durar até oito”, alertou. O racionamento deve atingir a cidade inteira, com exceção da região central, por causa dos dois hospitais localizados na área.


Engrácia disse que, se a população economizar, o racionamento pode ser evitado, já que um dos culpados pela escassez de água é o alto consumo, que neste mês disparou. “A média do consumo de água diário em toda a cidade é de 74.000 m³, mas do dia 3 ao dia 11 de setembro, a média foi de aproximadamente 87.504 m³. O consumo está muito alto.”

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Outro problema é o córrego Pouso Alegre, responsável por 20% da produção de água de Franca, que está com a vazão diminuída por causa da falta de chuvas. Ela agora é de 170 litros por segundo, quando o normal é de 220 a 240 litros. “Desde as 22 horas do dia 12, já não conseguimos mais utilizar três bombas, mas somente duas”, informou o gerente. A outra fonte de água da cidade, o rio Canoas, está operando em capacidade normal.

De acordo com o gerente regional, os bairros que entraram no racionamento ontem foram escolhidos porque geralmente apresentam os reservatórios cheios. Por isso, mesmo sem o abastecimento, é possível que alguns consumidores não tenham percebido a falta d’água. Mas nem todos foram poupados. A auxiliar de limpeza Vilma Maria, moradora do City Petrópolis, foi surpreendida pelo racionamento ontem. “Quando cheguei do trabalho, às 17 horas, a torneira do tanque já não tinha mais água.”

O sistema de racionamento deve terminar no dia 22 ou 23 deste mês, quando os busters ao longo das adutoras do rio Canoas entram em operação. Com o novo sistema, será possível aumentar a captação de água em 20%, atendendo a atual demanda de Franca.


Fonte: O Comércio da Franca