Prefeito de cidade paraibana assedia indústrias de Franca


Ao menos três empresas de calçados de Encontra Franca – Agabê, Opananken e Sândalo – estão sendo assediadas para se mudarem ou levar parte de suas produções para a Paraíba. O prefeito de um município do Estado, chamado Mari, chegou a visitar a cidade em dezembro passado para conhecer o polo calçadista local e oficializar o convite. As fábricas negam haver interesse inicial de realizar a transferência ou a abertura de novas unidades em território paraibano.

As propostas foram feitas pelo prefeito Antônio Gomes (PSDB) juntamente com a oferta de incentivos fiscais, como a isenção de ISS (Imposto Sobre Serviços). O município também cede, por meio de comodato, barracões para a implantação das fábricas. Outra vantagem apontada para a mudança seria a contratação de mão de obra mais barata e com noções básicas do setor. Mari tinha até o ano passado, uma fábrica de calçados esportivos (leia texto nesta página). “Aqui um sapateiro inicial ganha um salário mínimo mais hora extra e uma cesta básica”, disse o secretário de Finanças da cidade, Nilcélio Antônio de Oliveira. Em Franca, o piso salarial dos sapateiros é de R$ 671. Já o salário mínimo passou a valor R$ 622 este ano.

O convite para o prefeito paraibano vir até Franca, segundo os representantes das três empresas ouvidas, teria sido feito por um representante comercial comum interessado em abrir uma fábrica em Mari e produzir calçados para as três marcas francanas. “O representante vai produzir na cidade e o prefeito veio especular, conhecer como é a produção aqui. Ele está tentando atrair empresas para lá. Nós agradecemos, mas não temos interesse”, disse Miguel Heitor Bettarello, presidente diretor da Agabê. A empresa produz cem pares por dia em Franca e possui também uma unidade no Ceará.

Enviar pelo WhatsApp compartilhe no WhatsApp

Enviar pelo WhatsApp compartilhe no WhatsApp


Téti Brigagão, diretor da Sândalo, também confirmou a visita do prefeito e disse que o convite foi informal, mais parecido com um contato político. “Ele falou das facilidades e ofereceu a fábrica, mas descartamos, pois a logística é complicada.”

Na Opananken, o gerente comercial Sebastião Donizeti Siqueira, disse que a empresa estudará a proposta feita, mas adiantou não ter nada decidido. “O principal atrativo é a isenção de imposto, mas não fizemos a avaliação da proposta ainda.” Ele lembrou também não ser esse o primeiro assédio sofrido para abertura em outra cidade. “Sempre recebemos cartas de outras cidades. Minas Gerais, aliás, tem um ICMS inferior ao do Estado de São Paulo.” A Opananken produz 900 pares/dias e tem cem funcionários diretos. A produção é 100% feita em Franca.

O prefeito de Mari não foi localizado ontem na Prefeitura nem em seu celular. O secretário Nilcélio Oliveira afirmou que ele continuará fazendo propostas e provavelmente deve realizar, em breve, uma nova visita a Franca.

Fonte: Portal GNC


One Response

  1. PAULO HENRIQUE 19 de janeiro de 2012