Um menino de 9 anos, sequestrado por um vizinho em guia de Ferraz de Vasconcelos (São Paulo), foi achado na Vila Alice, em Guarujá, oito dias após o crime. O garoto estava junto com o acusado, o procurado da Justiça Eurípedes Teodoro dos Santos, de 45 anos, que confessou o crime e foi preso.
Durante o período em que ficou em poder do homem, a criança andou por dois dias entre Mogi das Cruzes e Guarujá. Há informações de que o indiciado amarrou a criança para que não fugisse e passou a mão nas nádegas da vítima. Cartazes distribuídos por parentes do menino possibilitaram a detenção em flagrante.
O menino foi levado na manhã do dia 17 no Jardim Deyse, em Ferraz de Vasconcelos. Uma irmã da vítima, de 30 anos, contou que o garoto tinha saído de casa para comprar um chocolate no bar da frente. Como ele demorou, a mãe foi procurá-lo.
Crianças contaram que o indiciado conversou com a vítima e a convidou para ir à praia. Posteriormente, os familiares souberam que os dois foram flagrados por câmeras de monitoramento embarcando na estação de trem da Cidade.
Segundo a irmã, o menino disse que foram até Mogi das Cruzes e que, de lá, seguiram a pé até Bertioga. Depois, caminharam novamente até Guarujá. “Ficaram uns dois dias andando”.
O menino contou também que o suspeito teria prometido lhe dar um videogame e que, depois de dizer que não queria ir até o Litoral, passou a ser ameaçada.
Dinheiro e comida
De acordo com o garoto, ele era obrigado a pedir dinheiro e comida. Eurípedes cozinhava, mas não dava para o menino, que se alimentava só de bolachas de água e sal. Durante a noite, o garoto tinha braços e pernas amarrados com corda de anzol.
O suspeito, segundo a vítima, passava a mão nas nádegas do menino. Um dia antes de ser encontrado, o garoto tentou fugir, mas foi achado pelo suspeito e novamente ameaçado. “Dormiam ao relento, debaixo de uma árvore”, disse a irmã do menino.
Cartazes
Segundo a irmã, a família produziu cartazes e espalhou pela Baixada Santista. “Fizemos aproximadamente 2 mil cartazes”.
No último sábado, os parentes receberam notícias por telefone indicando que o menino e o suspeito tinham sido vistos em Guarujá. No domingo, a família fez contato com quem havia ligado e soube que os dois tinham sido vistos novamente.
Os parentes foram até o Guarujá e começaram a distribuir os cartazes. Pouco depois, um popular se aproximou e disse ter detido Eurípedes na esquina das ruas São Paulo e Sergipe, mas o menino tinha saído do local. Pessoas teriam agredido o indiciado.
Guardas municipais foram acionados e o acusado falou qual seria o paradeiro do menino, que logo em seguida foi achado perto de algumas árvores.
Confessou
Eurípedes confessou ter sequestrado o menino e, diante dos fatos, recebeu voz de prisão. Segundo a irmã da vítima, o acusado “só disse que queria levar o menino”. O caso foi encaminhado para a Delegacia Sede de Guarujá. No distrito, descobriu-se que o acusado era foragido da Justiça.
Segundo a irmã da criança, o vizinho estava no bairro havia cinco anos e os moradores achavam estranho o fato dele gostar de ficar sempre perto de crianças.
“O menino está bem assustado e vai passar por psicólogo. Foi um susto grande para a família. Não vamos mais deixá-lo sozinho”, disse a irmã.
Fonte: A Tribuna