A polícia pediu as gravações das câmeras de segurança de prédios da Praia de Botafogo, bairro de Botafogo, que possam ter flagrado os assaltantes que, na tarde desta quarta-feira, balearam na barriga Lucas Thevenard Gomes, de 25 anos, estudante de direito da Fundação Getúlio Vargas (FGV). De acordo com a delegada Daniela Serra, da 10ª DP (Botafogo), o jovem sacou R$ 15 mil na agência do Itaú no Edifício Argentina, por volta das 14h, e entrava num táxi quando foi abordado por dois homens armados numa motocicleta. O estudante estava com o colega de turma Carlos Eduardo Viana, que depôs, mas não soube identificar os criminosos.
— Ele estava em estado de choque, então deve ser ouvido novamente. Carlos contou que os criminosos puxaram a maleta da vítima e ela não reagiu. Mas os ladrões entenderam que Lucas resistiu, atiraram e levaram o dinheiro — disse Daniela.
O jovem foi socorrido por funcionários da FGV e levado num táxi para o Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro, onde passou por uma cirurgia para a retirada do projétil. De acordo com a unidade, o estudante passa bem, mas não há previsão de alta. Em nota, a FGV lamenta o caso, afirma que “se solidariza com a família e amigos do estudante e informa que está prestando toda a assistência ao aluno”.
Gerente de um ponto de táxi na Praia de Botafogo, Alex Santos testemunhou o crime.
— O rapaz já tinha entrado no táxi quando os homens chegaram. O que estava na garupa saltou e puxou a porta, que ainda estava aberta — contou.
Segundo outras pessoas que estavam no local na hora, ocorreu tumulto e houve quem buscasse abrigo numa livraria, numa ótica e numa banca de jornais. A Polícia Militar informou que há uma cabine a cerca de 80 metros da FGV, mas que os policiais chegaram ao local do crime após a vítima já ter sido socorrida. Foi pedido reforço para a região, mas os assaltantes conseguiram fugir.
Segundo a delegada Daniela Serra, já foram pedidas as imagens de câmeras da FGV, do banco onde o jovem sacou o dinheiro e de prédios residenciais do entorno. Policiais da 10 DP procuram agora outras testemunhas do caso e também esperam ouvir a vítima.
Número de “saidinhas de banco” cresce na região
A delegada acha que o jovem poderia estar sendo vigiado pelos assaltantes. De acordo com ela, cresceu na região o número desses crimes conhecidos como “saidinha de banco”.
— Botafogo não está entre os bairros mais preocupantes, mas estamos sentindo, sim, um aumento nesse tipo de delito — afirmou a delegada, que, no entanto, não soube precisar o número de registros do crime na delegacia.
A informação foi pedida à assessoria da Polícia Civil, que informou “não trabalhar com estes números”. Já o Instituto de Segurança Pública (ISP) soube informar apenas o total de ocorrências no estado, e não no município do Rio. De janeiro a julho de 2011, foram 1.197 registros. Segundo estatísticas da PM, houve redução no número de roubos em Botafogo, passando de 22 casos em outubro para 18 até o dia 29 deste mês.
De acordo com a página de Lucas no Facebook, ele cursou o ensino médio no Colégio São Bento e, em janeiro deste ano, fundou a empresa de consultoria Monopsonio, que atua na área de planejamento estratégico e comercial.
Fonte: O Globo