Em meio a um cenário de insatisfação que gerou protestos em rodovias de todo o país, inclusive na região, os motoristas de caminhão ainda sofrem com um mais uma preocupação: os roubos de cargas. Na RPT (Região do Polo Têxtil), este tipo de crime cresceu 79,51% nos últimos cinco anos, segundo pesquisa divulgada pela Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados).
O caso mais preocupante envolve Sumaré, onde o número de ocorrências quadruplicou neste período, saltando de 25 casos em 2008 para 101 no ano passado – mais que as outras quatro cidades da RPT somadas.
Neste ano, a situação se repete, de acordo com os dados da SSP (Secretaria Estadual de Segurança Pública). Já são 29 roubos de cargas em Sumaré e outros 20 no restante da região. Por meio de nota, o 48º BPMI (Batalhão de Polícia Militar do Interior), que abrange Sumaré, informou que o maior risco se dá pela proximidade com rodovias movimentadas como Anhangüera e Dom Pedro. “A área deste batalhão é cortada por várias rodovias e a maioria dos delitos que monitoramos ocorrem nos trechos rodoviários. Por parte desta instituição, efetuamos policiamentos nos trechos de entrada e saída das rodovias com o intuito de prender quadrilhas especializadas nessa modalidade e estamos tendo resultados positivos”, apontou nota encaminhada à redação.
“Nas duas vezes que fui assaltado, fui abordado logo na saída da empresa. E aqui tem vários fluxos de saída para as rodovias, é um dos lugares que tem mais roubos de carga no país”, disse o caminhoneiro Denis Leão, que entrou duas vezes para as estatísticas após ter sido alvo dos bandidos. O também motorista Leonel Leite acrescentou que, em muitos casos, a vítima já tem sua rotina conhecida pelos ladrões. “Eles (os assaltantes) veem duas ou três vezes a sua rota de trabalho, seu itinerário. Quando eles abordam, já falam que sabem até quantos filhos nós temos. Não tem o que fazer. E acontece também de o roubo acontecer durante o almoço. Eles se vestem com roupas de transportadoras para disfarçar e quando voltamos ao caminhão, apontam o cano (arma) e levam o veículo do próprio restaurante na beira da estrada”, explicou o caminhoneiro.
Fonte: Jornal O Liberal