Por falta de verba, Sumaré suspende cirurgias de cataratas


Por falta de pagamento de fornecedores, a Prefeitura de Sumaré  suspendeu as cirurgias de catarata desde novembro de 2011 e a fila de espera chega a 426 pacientes. Setenta e cinco pessoas entram na fila todos os meses. Sem os repasses, a prefeitura não recebe os materiais necessários para os procedimentos cirúrgicos de saúde na cidade de Sumaré.

O aposentado Geraldo Alves do Nascimento fez a consulta sobre catarata na rede pública de Sumaré em maio de 2011, mas não conseguiu fazer a cirurgia. “Cheguei a cogitar empréstimo no banco para fazer a cirurgia”, afirma. Ele entrou na fila de espera em julho de 2012. “Me disseram que tem 450 pessoas na fila”, confirma. Sem atendimento, ele começou a procurar ajuda na cidade de Campinas.

Quem também espera na fila por cirurgia é o vendedor de doces Sebastião Custódio, que precisa da ajuda de uma lupa para enxergar o troco para os clientes. “A moedinha de cinquenta centavos eu conheço porque é mais gordinha. Às vezes não enxergo o troco nem com a lupa”, afirma o vendedor que já entrou na espera por duas vezes.

O oftalmologista Eduardo Raskim explica que a catarata é uma doença progressiva e degenerativa. O paciente vai perdendo a visão aos poucos e também a qualidade de vida. “A catarata é como uma máquina fotográfica. É uma lente que fica escura. A luz não entra e a pessoa não enxerga”, explica o médico.


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A Prefeitura de Sumaré informou que esta tentando um convênio com o estado para realizar um mutirão, mas não há data para isso acontecer. Este convênio pode garantir o procedimento de 364 pacientes. Segundo a assessoria de imprensa da administração, a dívida na área de saúde da cidade é de R$ 13 milhões. O ex-prefeito José Antônio Bacchim não foi encontrado para comentar o assunto.

Situação RMC
Das cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC), onze oferecem cirurgia de catarata na rede pública. Prestam este serviço os municípios de Campinas, Santa Bárbara d´Oeste, Paulínia, Cosmópolis, Americana, Nova Odessa, Hortolândia, Indaiatuba, Jaguariúna, Valinhos e Vinhedo.

Sete não contam com este serviço. São elas: Artur Nogueira, Engenheiro Coelho, Holambra, Pedreira, Monte Mor, Santo Antônio de Posse e Sumaré.

Fonte: G1