Farmácia do CAPS sofre com o abandono em Sumaré


Num local onde a boa conservação, a limpeza e a organização deveriam ser premissas básicas, mantidas pelo Poder Público, nada disso acontece. A farmácia do CAPS (Centro de Apoio Psicossocial) da cidade de Sumaré, localizada na região central, funciona num imóvel com telhas dependuradas e paredes emboloradas, com infiltrações e fiações expostas. Além disso, medicamentos são armazenados de maneira indevida e alguns faltam à população.

Na fachada do local, na rua José Maria Miranda, já se notam os primeiros sinais de má conservação. As paredes externas estão pichadas há meses.

Logo no hall de entrada, o bolor já tomou conta do teto, com a pintura descascando e fiações de lâmpadas penduradas. Mais à frente, no balcão de atendimento da farmácia, é possível ver um pedaço do céu por uma abertura no telhado, onde um pedaço de telha está pendurado, prestes a desabar.

Os antidepressivos conhecidos como sertralina e amitriptilina, medicamentos com alta demanda, estão em falta na farmácia. Por dia, são distribuídos cerca de três mil comprimidos do primeiro e quatro mil do segundo.


Na sexta-feira (18) à tarde, a reportagem do jornal O LIBERAL procurou os medicamentos na Farmácia Popular do centro. Não havia sertralina. Numa farmácia de manipulação da cidade, a cartela com 20 comprimidos é vendida entre R$ 47 e R$ 62.

Entre os funcionários, ninguém prefere comentar. Um deles, no entanto, afirma que a farmácia funciona há mais de três anos no local e recebe muitas reclamações quanto ao serviço. À reportagem, ele disse que preferia não se identificar por temer represálias.

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Outro lado

O secretário municipal de Saúde, Roberto Vensel, afirmou que a farmácia funciona no local temporariamente e deve se mudar para o prédio do Centro de Saúde II.


“O CAPS saiu de lá há alguns meses e atualmente está no bairro Chácara Bela Vista. A farmácia estava dependendo de uma reforma para tirarmos ela também”. Sobre o armazenamento inadequado de medicamentos, apontados por funcionários da saúde, Vensel explicou que na sala onde são guardados, a equipe técnica da assistência farmacêutica garantiu que não há problema.

O CAPS do Centro começou operar em 2005 em Sumaré e atualmente realiza a reinserção social de mais de mil pessoas, com idade de 18 a 60 anos e portadoras de transtornos mentais.

Os serviços são prestados por uma equipe multidisciplinar formada por psiquiatras, psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros, terapeutas ocupacionais e outros profissionais.

Fonte: Jornal O Liberal