Fundada em 1958, a Companhia Teatro Oficina se profissionalizou nos anos 60 e obteve imenso sucesso nacional e internacional de crítica e de público.
Em espetáculos como O Rei da Vela, Roda Viva e Gracias Señor, experimentou tirar o ator do palco; tirou o público da cadeira; foi censurada e exilada nos anos 70 pelo regime militar.
Reexistindo em Portugal na apresentação de espetáculos em fábricas durante a Revolução dos Cravos e realizando obras cinematográficas em Portugal, Moçambique, Inglaterra e França.
Com a abertura política lenta, gradual e restrita, a Companhia foi, aos poucos, retomando as atividades no Brasil. Em 1984, transformou-se em Associação Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona, misturando em seus ritos teat(r)ais música, artes plásticas, vídeo, arquitetura, urbanismo, em processos de co-criação entre artistas.
Sob a constante ameaça da especulação imobiliária, o Teatro Oficina foi tombado e desapropriado pelo Estado de São Paulo para a continuação de suas pesquisas cênicas, que incluíam a construção de um novo teatro, que levasse em frente as descobertas teatrais sem palco e plateia: um terreiro com tecnologia de luz, som, vídeo, que se estenda pelo entorno do Teatro, nas áreas cobiças e demolidas pela especulação imobiliária em São Paulo.
Este teatro, projetado por Lina Bo Bardi e Edson Elito, mas ainda sem sua expansão pelo entorno, estreou com Ham-let de Shakespeare em 93 com enorme repercussão, seguido de montagens que até hoje fazem parte do repertório da companhia como Bacantes, de Eurípedes e Os Sertões a partir do livro vingador de Euclides da Cunha.
A continuidade da obra arquitetônica e urbanística do Teat(r)o Oficina deve abranger toda a área não construída ou desconstruída, derrubada, do quarteirão formado pelas ruas Abolição, Jaceguay, Santo Amaro, Japurá, Travessa do Bexiga, envolvendo o Minhocão em frente à Jaceguay – é o Anhangabaú da Feliz Cidade, e prevê a Oficina de Florestas, a Universidade Antropófaga e o Teatro de Estádio, construções efêmeras, que contracenem com o vazio povoado de verde, no maior terreno livre do centro de São Paulo.
A BIGORNA, lugar onde se forja o ferro e o corpo, onde se transforma e interpreta a vida, é símbolo da companhia desde sua fundação – uma bigorna de ferro foi colocada por Lina Bardi na fachada do prédio, na Cabeça.
O Oficina constituiu-se como uma Companhia múltipla e singular frente às formações teatrais e demais companhias existentes hoje – não só pelo número de componentes e amplo repertório trabalhado, mas principalmente pela variedade de gerações presentes partilhando conhecimentos e processos de criação.
Mais que um grupo, o Teat(r)o Oficina é um movimento, um movimento que coloca em cena a arte e a cultura como infraestruturas da vida, potências fundamentais capazes de pensar e criar novos valores sociais, políticos, econômicos, ambientais, afetivos.
O cultivo da cultura no edifício da Rua Jaceguay 520 é inseparável de seu entorno no Bairro histórico do Bixiga. As transformações que acontecem no edifício e seu entorno simultaneamente alteram as práticas do Teatro Total e vice versa.
Assim, a perspectiva antropófaga foi fundamental para o desenvolvimento de uma nova relação com o público e com o espaço através do renascimento dos Coros Dionisíacos no Brasil, e do espaço cênico como área de atuação e retomada do contato anímico-físico com o público, como no Carnaval, no Candomblé, nos Rituais Indígenas. Nesse tempo, o Oficina recebeu e contracenou com público sempre renovado pelas novas gerações.
Em 2015, a Associação Teat®o Oficina Uzyna Uzona realizou a proeza de manter-se em cartaz em um ano de crise absoluta. A Companhia, desde a sua fundação, já atravessou inúmeras crises e se reinventou esteticamente a partir da relação concreta com o tempo, o espaço e o corpo dos atuadores do Teatro Total. Nas crises se cria, quer se queira ou não. Uma companhia de teatro permanente é um laboratório humano, um microcosmo de experiência coletiva – um dos grandes desafios da contemporânea idade. Em uma companhia se desenvolve o ser estar, o viver coletivo respirando a Criação na Crise.
Justamente pelo seu porte, estrutura e necessidade constante de manutenção, o Teat®o Oficina não consegue, apenas com a renda das bilheterias e o patrocínio de manutenção da Petrobras, manter seu trabalho artístico, cultural, seu corpo de atuadores, seu acervo audiovisual, de arquiteturas cênicas e figurinos e a sua sede – uma obra de arte premiada na quadrienal de Praga, tombada nas três instâncias de patrimônio e, recentemente, eleita por Rowan Moore, crítico de arquitetura do prestigiado The Observer/The Guardian (UK), como o melhor teatro do mundo, não só por sua arquitetura, mas também pela intensidade de seus espetáculos óperas de carnaval.
Manter um teatro obra de arte é muito mais. Exige profissionais especializados, qualificados e com afinidade estética tanto com o projeto arquitetônico quanto com o trabalho da Companhia no Mundo Contemporâneo. O Teatro, neste momento de maior desigualdade na história da humanidade, é a Arte mais desprezada. A realização de seus projetos, sobretudo na busca de um teatro de multidão, necessita investimento e patrocínio.
Os espetáculos, desde Os Sertões, tem uma multidão na equipe – por volta de 60 pessoas. O trabalho é muito caro, valioso e exige dedicação. Iríamos muito além, com as condições de pagar bem ao time que não só monta e atua nos espetáculos, mas está ligado no tudão, na manutenção do espaço, na concepção da expansão urbana, na continuidade do projeto de Lina Bo Bardi e da linha estética da companhia, que existe desde 1958.
A Petrobras tem sido muito importante para cultura, e é a cultura é que vai fazer a reciclagem da empresa, passando do petróleo, em fim d Éra, pra produção d Energías renováveis.
Seu patrocínio é muito importante, aliás, fundamental – é uma base de investimento que sustenta a continuidade do trabalho, mantém o fogo aceso do núcleo da Companhia, e que por 11 anos seguidos nos permitiu não parar.
Mas não é suficiente para manter a companhia o ano todo + a montagem de um espetáculo inédito + manutenção do melhor teatro do mundo segundo o jornal The Guardian.
Além do prédio do teatro oficina, que é de propriedade do Estado de São Paulo, mas tem todas as despesas – água, luz, limpeza, reparos – inteiramente mantidas por nós, posseiros, a Companhia mantém a casa de produção, um depósito de objetos de cena na rua São Domingos, um acervo de figurinos na rua major Diogo, e um depósito no sacolão, embaixo do minhocão, para grandes objetos.
Além da montagem dos espetáculos, existe uma despesa mensal para esse acervo e para o time que realiza esse trabalho, sem falar na necessidade de treino dos atores e cyberartistas, nos trabalhos diários de música, dança, tecnologias, estudos…
Teatro Oficina SP Ingressos
Os ingressos para o Teatro Oficina podem ser adquiridos pelo site ou na bilheteria do Teatro.
Ingressos à venda no site Clube do Ingresso
(e sempre tem uma cota de ingressos na bilheteria do teatro 1h30 antes de cada apresentação!)
Teatro Oficina SP Programação
Para a programação completa acesse o site.
Teatro Oficina SP Estacionamento
Se você vai de carro, o Teatro Oficina recomenda que você pare no estacionamento localizado na Rua Jaceguai, cuja entrada fica a cerca de 100 metros antes do Teat(r)o Oficina. Ele funcionará até a meia noite especialmente para as estreias, para que você possa estacionar com segurança.
Teatro Oficina SP Arquitetura
Entre as diferentes décadas, o teatro revolucionou seus espetáculos cênicos de modo que a arquitetura colaborou para o acontecimento e permitiu que a dramaticidade dos espetáculos tivesse contato mais próximo ao público.
A ideia inclusive foi pautada por Teat(r)o oficina, focando-se no ato, ou seja, na incorporação e diversidade de meios artísticos e espetáculos. Em uma de suas citações, o arquiteto Edson Elito, que posteriormente veio a desenvolver a reforma do Teatro.
Horário de Funcionamento Teatro Oficina SP
- Segunda das 9h ás 21h
- Terça das 10h ás 12h
- Quarta das 10h ás 2h
- Quinta das 9h ás 1h
- Sexta das 10h ás 21h
- Sábado das 14h as 23h
- Domingo das 10h ás 2h
Onde Fica, Endereço e Telefone Teatro Oficina SP
- Rua Jaceguai, 520 – Bixiga – São Paulo – SP
- Telefone: (11) 3106-2818
Outras informações e site
- Mais informações: www.teatroficina.com.br
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