Um projeto de lei que pede o tombamento parcial da Vila Madalena, na zona oeste de SP, foi apresentado pela Câmara Municipal de São Paulo no mês passado.
O texto se originou de uma iniciativa de moradores, organizados no Movimento pela Vila. Eles entregaram um abaixo-assinado com mais de mil nomes à Câmara, pedindo o “congelamento” parcial do bairro.
Fundado por moradores, artesãos e comerciantes locais, o movimento tem como principal objetivo impedir a verticalização da região. “A Vila tem que ser parcialmente congelada”, diz Fernando Costa Netto, líder do grupo.
O PL 233 inclui o tombamento da rua Wisard, Aspicuelta, Harmonia, Girassol, Fidalga e do Beco do Batman.
O receio é que o antigo bairro residencial se transforme numa grande área de comércio, como aconteceu com o Itaim Bibi e Moema. “Daqui a pouco a rua Aspicuelta vai virar a [rua] João Cachoeira [no Itaim], sem ter estrutura para tal”, afirma Netto.
A discussão sobre a preservação da Vila começou em janeiro, quando comerciantes da rua Aspicuelta se sentiram ameaçados com o fim do contrato de aluguel de quatro lojas, anunciado pelo proprietário, Luigi Fiocca. “Ele planejava construir um shopping no local”, afirma Netto.
O arquiteto Otávio Zarvos, da construtora Idea!Zarvos, discorda. Diz que a proposta “nunca foi construir um shopping, mas uma galeria com ateliês de arte”.
Zarvos e os integrantes do Movimento pela Vila fizeram uma série de reuniões com urbanistas para levantar os problemas da região. A incorporadora apresentou um plano de bairro como alternativa ao tombamento, o que possibilitaria à Vila Madalena mudanças estruturais.
Agora, os moradores avaliam tanto o projeto de lei quanto a proposta de plano de bairro.